Animais em extinção estão sendo congelados por cientistas

Raio de Luar Mello

30 de maio de 2022

O maior biobanco de tecidos vivos do Reino Unido, o Nature’s Safe, está congelando cerca de 100 espécies de animais que estão com suas espécies ameaçadas de extinção.

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Cientistas descobrem maior bactéria do mundo, que pode chegar a 2 cm

Imagem: Pixabay

Segundo o site norte-americano BBC News, o procedimento é feito em frascos com um anticongelante repleto de nutrientes e que acolhem as células. As amostras são mantidas a -196°C, até que todas fiquem paralisadas, como um tipo de “backup”.

Diversas espécies de animais estão desaparecendo como nunca antes devido a crise de biodiversidade, em média mais de 1 milhão, incluindo plantas, segundo informações da ONU.

“Isso não vai parar a extinção, mas certamente vai ajudar [em alguma medida a atenuar os efeitos negativos]. É aqui que a vida começa de novo”, diz Tullis Matson, fundador da Nature’s Safe

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Projeto prevê que o descongelamento possa “ressucitar” as espécies e até multiplica-las; entenda

Segundo os cientistas, as células da pele são muito úteis para essa estratégia, particularmente um tipo de célula do tecido conjuntivo chamado fibroblasto. Depois de serem retiradas do freezer e aquecidas à temperatura corporal em um banho de nutrientes, se dividirão e se multiplicarão.

E a clonagem de animais não é uma novidade para a ciência e prova disso é a famosa ovelha Dolly que passou pelo experimento, em 1996, por cientistas da Escócia, que conseguiram clonar o animal, fato que surpreendeu todo o mundo.

Outro clone recente foi realizado pela empresa de biotecnologia americana Revive and Restore, que produziu um clone usando células da pele de um furão de patas negras ameaçado de extinção que estava morto havia décadas. Seus óvulos foram congelados em 1988.

A cientista-chefe do zoológico de Chester, Sue Walker, diz que se trata de salvar o máximo de material genético possível. “Se não fizermos isso quando o animal morrer, acabamos de perdê-lo”, declarou.

Sue também relatou sobre um jaguar macho do zoológico, segunda a especialista, pode levar “décadas até que tenhamos a tecnologia para fazer o que queremos com essas amostras.

“Mas, se não a coletarmos, essa genética será perdida para sempre. Perdemos toda essa biodiversidade única”, explicou.

Ela relatou que no início deste ano uma jaguar de nove anos foi encontrada morta e a veterinária Gabby Drake  cortou a orelha esquerda e armazenou  em uma embalagem fria no Nature’s Safe..

“Os jaguares não são os grandes felinos mais ameaçados, mas estão em declínio e enfrentam as mesmas pressões humanas que outros grandes predadores. Ela era um animal muito jovem e nunca teve filhotes, infelizmente. É triste, mas é bom saber que seu tecido continuará vivo”, comemorou.

A esperança da cientista e da maioria dos conservacionistas, é que o uso de células congeladas de animais mortos há muito tempo nunca seja necessário, mesmo com o problema da biodiversidade.

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Raio de Luar Mello
Escrito por

Raio de Luar Mello

Jornalista por formação e fotógrafa. Fiz uma especialização em Marketing e já atuei nas áreas de assessoria de imprensa e comunicação, produção de conteúdo, gestão, comunicação interna, copywriter e redação. "Penso, logo escrevo!"