Aplicativo de transporte coletivo facilita acesso de deficientes visuais

Laura Alvarenga

3 de abril de 2022

Observando a dificuldade enfrentada diariamente por deficientes visuais em atividades de rotina, como o acesso ao transporte coletivo, uma plataforma desenvolveu um serviço com foco nessas pessoas. A iniciativa foi colocada em prática através de uma parceria entre a Prefeitura de Salvador através da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) e a plataforma de mobilidade, Cittamobi

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Plataforma de transporte coletivo facilita acesso de deficientes visuais

Plataforma de transporte coletivo facilita acesso de deficientes visuais. (Imagem: Ricardo Shimosakai)

O resultado foi o lançamento de uma versão atualizada do Cittamobi Acessibilidade na última quinta-feira (31). Para tal, foi realizada uma solenidade que contou com a presença de figuras públicas da cidade prestigiando este avanço que atende um público específico e que, por vezes, tende a ser esquecido nas demandas públicas. 

Na prática, o novo recurso da plataforma permite que cegos consigam utilizar o transporte público da cidade de maneira independente. Para isso, foi implementado um recurso de voz programa para orientar o usuário durante todo o trajeto de deslocamento no ônibus. A ferramenta foi desenvolvida por Luiz Eduardo Porto, desenvolvedor do Cittamobi Acessibilidade. 

“Depois de ficar 40 minutos no ponto aguardando meu ônibus e sem nenhum auxílio externo, percebi que precisava de algo que pudesse tornar mais fácil saber quando meu ônibus passava e onde eu deveria descer”, explicou Porto. 

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A versão atualizada da plataforma de transporte coletivo conta em seu comando de voz, com um alerta automático sobre os ônibus mais próximos à parada selecionada pelos deficientes visuais no aplicativo. Desta maneira, o sistema tem a capacidade de sinalizar o instante exato em que o passageiro precisa descer do ônibus no ponto de destino desejado. 

O comando de voz da plataforma Cittamobi também informa os deficientes visuais a rota traçada pelo ônibus, permitindo que eles saibam em tempo real por onde estão passando. Esta foi a maneira encontrada para promover a inclusão deste público, ambientando-o com a cidade. 

E não é só isso, os novos recursos do aplicativo foram revisados e programados no intuito de possibilitar que os usuários possam escolher pelas rotas de deslocamento que acreditarem ser mais viáveis. Basta utilizar o comando de voz e se lembrar de receber os alertas sobre os obstáculos no trajeto, entre tantas outras funcionalidades. 

Neste sentido, a secretária de Governo de Salvador, Ana Paula Matos, completou reforçando que esta é uma plataforma criada com o objetivo de proporcionar melhor qualidade de vida aos deficientes visuais da capital baiana. Ela pontua que “não foi um aplicativo desenvolvido por quem não vive estas dificuldades, foi algo pensado e feito por quem precisa dele diariamente”, concluiu. 

Cittamobi: Dados sobre os deficientes visuais em Salvador 

De acordo com os dados apurados pelo Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Salvador comporta, em média, mais de sete mil deficientes visuais. Enquanto isso, outros 81 mil enfrentam grandes dificuldades com este sentido. 

Por esta razão, o secretário de Mobilidade de Salvador, Fabrizzio Muller, reconhece ser um número expressivo e significativo, capaz de mostrar à gestão pública a necessidade de implementar e ampliar iniciativas como esta. Somente assim será possível facilitar cada vez mais a inclusão destas pessoas na sociedade. 

No ano passado, o Cittamobi contabilizou mais de 300 mil usuários ativos e nove milhões de acessos apenas em 2021. Estes números representam a ampla adesão dos cidadãos locais à plataforma de transporte coletivo, evidenciando a relevância desta parceria para tornar a cidade mais acessível. 

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Laura Alvarenga
Escrito por

Laura Alvarenga

Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR e Bit Magazine, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças e tecnologia.