Como a telemedicina no Brasil vai mudar a sua relação com médicos

Laura Alvarenga

6 de maio de 2022

Através da Resolução nº 2.134, de 2022, o Conselho Federal de Medicina (CFM), regulamentou a telemedicina no Brasil. O novo formato de atendimento começou a vigorar nesta quinta-feira (5) abrangendo novas especialidades médicas. 

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Telemedicina: médicos poderão adaptar modelo de atendimento

Telemedicina: médicos poderão adaptar modelo de atendimento. (Imagem: Pixabay)

A telemedicina começou a ser praticada no país devido ao surgimento da pandemia da Covid-19, que impõe restrições como o distanciamento e isolamento social.

Logo, em meio ao surto de contaminações e mortes pela doença, os médicos encontraram neste formato, uma alternativa para manter os atendimentos prévios, conhecidos como triagem, antes de encaminhar os pacientes a procedimentos técnicos e especializados, como exames e tratamentos. 

A prática já fazia parte das previsões de especialistas, que denominam a telemedicina como algo inevitável. Por outro lado, a banalização e a mercantilização de consultas são temores reais. De acordo com a nova resolução, os planos de saúde serão capazes de decidir entre a oferta de atendimentos por teleconsulta ou não. 

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Esta decisão ainda se estende aos médicos, que também poderão optar pelo tipo de consulta que desejam fazer. O médico deverá analisar cada caso e indicar o atendimento presencial se e quando julgar necessário. Vale mencionar que a medida não impõe nenhuma restrição às teleconsultas, da mesma forma como não fixa prioridades ao atendimento presencial. 

A chefe de telemedicina da Faculdade de Medicina da USP, a especialista Chao L. Wen, explicou que um médico bem formado tem consciência sobre os cuidados a serem tomados com cada paciente. Desta forma, se achar prudente deve optar pelo atendimento híbrido ou presencial, assegurando que nenhuma pessoa seja inferiorizada. 

Debates visando a regulamentação da telemedicina tiveram início em 2018, antes mesmo da chegada da pandemia. Na oportunidade, representantes de conselhos regionais e de associações médicas se envolveram nos debates, foi assim que especialistas compreenderam que a regulamentação desta prática tornaria o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda mais útil, responsável por 75% dos atendimentos médicos no Brasil. 

Desta forma, a telemedicina será extremamente importante para cidades situadas em regiões mais isoladas, facilitando a vida dos pacientes. “Por exemplo, 50% dos exames do SUS são desperdiçados porque, com frequência, o paciente não tem para quem mostrar ou, quando consegue marcar uma nova consulta, eles já perderam a validade”, afirmou Wen. 

O que é a telemedicina?

A telemedicina é uma espécie de atendimento pré-clínico, de suporte assistencial, de consulta, monitoramento e diagnóstico no SUS ou rede privada. O atendimento médico à distância pode ser feito diretamente entre médicos e pacientes, através de tecnologia da informação e comunicação que garanta a integridade e sigilo das informações. 

É obrigatório o registro das consultas em prontuário clínico com indicação de data, hora, tecnologia utilizada e o número do Conselho Regional Profissional do médico, bem como da respectiva unidade federativa.

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Laura Alvarenga
Escrito por

Laura Alvarenga

Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR e Bit Magazine, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças e tecnologia.