Elon Musk x Twitter: O que são aquisições hostis e como estamos assistindo uma agora

Leandro Kovacs

18 de abril de 2022

Muitos especialistas afirmam que o movimento de compra de Elon Musk sobre o Twitter está no escopo da prática de mercado. Inclusive, o conselho da empresa já faz outra manobra para tentar se defender. O que são aquisições hostis e como estamos assistindo a um exemplo agora. Vamos entender o conceito e compará-lo a “novela” entre Musk e o Twitter.

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Homens revendo relatório (Imagem: Sebastian Herrmann/Unsplash)

Aquisições hostis são legais, mas “atropelam” conselho administrativo (Imagem: Sebastian Herrmann/Unsplash)

Fazer aquisições hostis de empresas é legal, mas está longe de ser algo louvável

Já noticiamos o capítulo recente da “novela” Musk contra Twitter e, apesar de não existirem regras no mercado que tratem a aquisição hostil como algo ilegal, a manobra está em um aspecto menos agradável de como se fazer negócios – geralmente, trazendo inúmeros transtornos aos membros do conselho e funcionários da empresa que sofre a ação.

Definindo o problema

Vamos tentar entender o que se diz sobre a aquisição hostil. Para o Capital, é importante fazer o paralelo entre às duas formas de modo a entender melhor o que seria o conceito:

“Em uma aquisição, a empresa-alvo concorda em ser comprada e passa a fazer parte de uma empresa adquirente. Uma aquisição hostil, no entanto, é uma aquisição não solicitada de uma empresa onde o adquirente (quem quer comprar) faz uma oferta diretamente aos acionistas da companhia, sem a aprovação do conselho de administração, ou passa a substituir a administração.”

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Se analisarmos a definição acima, vemos que o objetivo principal desse tipo de manobra é a aquisição total sob o controle da empresa alvo.

O movimento não passa por uma votação e aceitação de bom grado sobre a aquisição e, geralmente, acaba culminando com a dissolução do conselho que até aquele momento tomava as decisões sobre práticas e rumos da empresa.

A simples intenção de realizar uma aquisição hostil leva o preço das ações a oscilarem muito diante do mercado. A estratégia visa deixar os acionistas mais inclinados a aceitar a compra, tentando evitar “maiores perdas” que possam acontecer com tamanha flutuação especulativa.

Empresas com quadros societários constituídas por ações de capital aberto estão mais propensas a serem alvo desse modelo de ação. Tendo o dinheiro para a compra e a aceitação dos acionistas, dificilmente pode-se resistir a tamanho “golpe”.

Elon Musk está, de fato, fazendo uma aquisição hostil?

Essa é a pergunta que está no ar, enquanto muitos especialistas e o próprio conselho do Twitter já identificam a tentativa de compra do empresário como sendo um exemplo de aquisição hostil.

Em declarações recentes, o bilionário dono da Tesla, cogitou atravessar o conselho do Twitter e fazer a oferta a eles diretamente, em negociação privada.

Homem preocupado recebendo ligação importante (Imagem: Mart Production/Pexels)

Uma das formas mais simples de realizar a manobra é com propostas diretas aos acionistas (Imagem: Mart Production/Pexels)

Este é um forte indício de que estamos vendo um exemplo de aquisição hostil, acompanhado diariamente por veículos de mídia e sob fortes observações do público.

Basta observarmos a quantidade de publicações e atualizações sobre o fato, diariamente, e chegarmos a conclusão de que este tipo de cobertura é de fato inédita.

A tentativa de defesa do Twitter contra aquisições hostis

O conselho do Twitter, de fato, não está muito agradado sobre as recentes notícias e possíveis manobras do bilionário. Além de preservar a “empresa”, estão buscando sua “sobrevivência” como gestores do microblog.

Para sua defesa, a rede social está executando uma manobra, também conhecida no mercado como “pílula venenosa”. Mas isso não tem nada de agressivo, sendo apenas uma forma de defender os interesses da “empresa” após sofrer ataques de aquisição hostil.

A definição para “pílula venenosa”, segundo o Capital é:

“Dá aos acionistas, além do adquirente, o direito de comprar ações adicionais a um preço substancialmente menor para diluir a participação do adquirente hostil da empresa visando dificultar a compra de uma participação acionária. Normalmente é acionado se um potencial adquirente acumular uma participação de 10-30%.”

Se der de fato certo, os acionistas terão descontos consideráveis para comprar novas ações e limitar o poder de ação daquele que tenta praticar a aquisição hostil.

Desta forma Elon Musk ficaria “preso” na quantidade de ações limite em oferta. Apesar de ser uma medida incomum, é amplamente utilizada na tentativa de “blindar” uma empresa sob forte ataque.

Conforme os acontecimentos estão seguindo, podemos esperar por uma extensão maior ainda de capítulos sobre a “novela” de Elon Musk contra o Twitter.

Como fãs, a mídia parece aguardar novas informações até um desfecho final das negociações envolvendo a compra do microblog pelo bilionário Elon Musk, ou sua desistência do negócio.

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Leandro Kovacs
Escrito por

Leandro Kovacs

Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos. Desde então, atua como editor no Grupo Gridmidia.