Facebook libera mensagens de ódio e violência contra soldados russos

Hugo Cruz

2 de março de 2022

O Facebook e o Instagram vão permitir que os seus usuários em alguns países peçam violência contra russos e soldados do país, dentro do contexto da invasão da Ucrânia, de acordo com e-mails internos da empresa vistos na quinta-feira, sendo essa uma mudança temporária em sua política de discurso de ódio.

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Imagem: Reprodução

A empresa de mídia social também está permitindo temporariamente algumas postagens que pedem a morte do presidente russo Vladimir Putin ou do presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, de acordo com e-mails internos para seus moderadores de conteúdo.

Essas medidas são inéditas por parte da empresa, que não teve a mesma postura perante as invasões dos Estados Unidos a países do oriente, como Iraque, Síria e Afeganistão.

Como resultado da invasão russa da Ucrânia, temporariamente permitimos formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras, como discurso violento como ‘morte aos invasores russos’. Ainda não permitiremos apelos credíveis à violência contra civis russos“, disse um porta-voz do Meta em comunicado.

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As chamadas para a morte dos líderes serão permitidas a menos que contenham outros alvos ou tenham dois indicadores de credibilidade, como o local ou o método, dizia um e-mail, em uma mudança recente nas regras da empresa sobre violência e incitação.

Citando a história da Reuters, a embaixada da Rússia nos Estados Unidos exigiu que Washington interrompesse as “atividades extremistas” de Meta.

Os usuários do Facebook e Instagram não deram aos proprietários dessas plataformas o direito de determinar os critérios de verdade e colocar as nações umas contra as outras“, disse a embaixada no Twitter em uma mensagem que também foi compartilhada por seu escritório na Índia.

As mudanças temporárias na política de apelos à violência contra soldados russos se aplicam à Armênia, Azerbaijão, Estônia, Geórgia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia, Rússia, Eslováquia e Ucrânia, de acordo com um e-mail.

No e-mail enviado recentemente aos moderadores, a Meta destacou uma mudança em sua política de discurso de ódio referente tanto a soldados russos quanto a russos no contexto da invasão.

Estamos emitindo uma permissão de espírito da política para permitir discurso violento T1 que de outra forma seria removido sob a política de Discurso de Ódio quando: (a) alvejar soldados russos, EXCETO prisioneiros de guerra, ou (b) alvejar russos onde é claro que o contexto é a invasão russa da Ucrânia (por exemplo, o conteúdo menciona a invasão, autodefesa etc.)“, disse o e-mail. “Estamos fazendo isso porque observamos que, neste contexto específico, ‘soldados russos’ estão sendo usados ​​como substitutos para os militares russos. A política de discurso de ódio continua a proibir ataques a russos“, afirmou o e-mail.

Resposta da Rússia ao Facebook

Na semana passada, a Rússia disse que estava banindo o Facebook no país em resposta ao que disse serem restrições de acesso à mídia russa na plataforma. Moscou reprimiu empresas de tecnologia, incluindo o Twitter, que disse que está restrito no país, durante a invasão da Ucrânia, que chama de “operação especial”.

Muitas das principais plataformas de mídia social anunciaram novas restrições de conteúdo em torno do conflito, incluindo o bloqueio da mídia estatal russa RT e Sputnik na União Europeia, e demonstraram cortes em algumas de suas políticas durante a guerra.

Os e-mails também mostraram que o Meta permitiria elogios ao batalhão de direita Azov, o que normalmente é proibido, em uma mudança relatada pela primeira vez ao portal de notícias americano, The Intercept.

O porta-voz do Meta disse anteriormente que a empresa estava “por enquanto, fazendo uma pequena exceção para elogios ao Regimento Azov estritamente no contexto de defender a Ucrânia, ou em seu papel como parte da Guarda Nacional da Ucrânia“.

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Hugo Cruz

Redator Profissional, Comunicador Social e especialista em Produção de Conteúdo Web. Formado em Letras - Inglês e Administração. CEO da Agência Digital Comunicalize.