Meta é levado ao tribunal por ato supostamente criminoso de algoritmos contra jovens

Raio de Luar Mello

14 de junho de 2022

O escritório de advocacia Beasley Allen entrou com oito processos judiciais contra Meta Platforms, empresa que administra as redes sociais Instagram e Facebook. As acusações se baseiam em supostas estratégias da plataforma para atrair jovens e obter maiores lucros.

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Binóculos observando logo do Facebook (Imagem: Glen Carrie/Unsplash)

(Imagem: Glen Carrie/Unsplash)

Jovens como engrenagens da máquina do Meta

Entre as contestações, a empresa também acusa o Meta de usar artifícios psicológicos extremos para convencer os usuários a permanecer na plataforma de forma prejudicial, não se preocupando em proteger internautas jovens, colocando suas integridades em risco.

Segundo um comunicado emitido para imprensa pela Beasley Allen, na última quarta-feira (8):

“Os réus sabiam que seus produtos e serviços relacionados eram perigosos para crianças e adolescentes jovens e impressionáveis, mas desconsideraram completamente suas próprias informações”, disse o advogado e chefe da seção de delitos em massa, Andy Birchfield.

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Sobre a utilização de computação avançada para “amarrar” os jovens, o advogado foi enfático ao dizer:

“Eles implementaram algoritmos sofisticados projetados para incentivar o acesso frequente às plataformas e a exposição prolongada a conteúdo nocivo”.

Os dados da pesquisa WSJ, que contém documentos do próprio Facebook, indicam que em média são mais de 22 milhões de adolescentes que usam o Instagram diariamente e mais de 40% dos usuários tem menos de 22 anos.

Outra pesquisa realizada pela Pew Research, em 2018, revela que 81% e adolescente entre 13 a 17 anos acreditam que as redes sociais os deixam sentir-se mais conectados e apenas 26% disseram que se sentem inseguros com as mídias.

E não para por aí, a pesquisa apontou também 4 em cada 10 adolescentes relataram que fazem postagens nas redes sociais para se sentirem aceitos, enquanto mais da metade das pessoas ouvidas confessaram que precisaram desfazer amizades por sofrerem bullying.

As ações movidas contra o Meta foram no Colorado, Delaware, Flórida, Geórgia, Illinois, Missouri, Tennesse e Texas e nas alegações, afirmam que o uso dos usuários dessas plataformas levam os jovens a adquirirem problemas de saúde mental como: ansiedade, depressão, distúrbios de sono e alimentares.

Instagram reconhece que plataforma pode ser prejudicial para usuários jovens

Em outubro do ano passado, antes de uma audiência realizada, o Instagram se pronunciou e confessou que o aplicativo pode trazer danos para jovens internautas. As declarações ocorreram depois que o jornal Wall Street Journal divulgou documentos com pesquisas que detalham e comprovam os danos causados nos usuários.

Segundo a SWj, entre as informações do documento, 32% das meninas adolescentes que “se sentiam mal com seus corpos” disseram que o Instagram piorou o problema.

A chefe de políticas públicas do Instagram, Karina Newton, escreveu em seu blog, em setembro de 2021:

“Que a plataforma apoia a pesquisa, que demonstra o compromisso da empresa em estudar questões complexas e difíceis com as quais os jovens podem enfrentar e informa todo o trabalho, que o Instagram faz para ajudar aqueles que enfrentam esses problemas.” 

E esses não foram os primeiros processos movidos contra o Meta alegando os mesmos danos, a companhia recebeu em 2021, inúmeros outras acusações sobre suas plataformas e o impacto negativo em seus usuários, com o aumento da crise na saúde mental para os jovens norte-americanos.

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Raio de Luar Mello
Escrito por

Raio de Luar Mello

Jornalista por formação e fotógrafa. Fiz uma especialização em Marketing e já atuei nas áreas de assessoria de imprensa e comunicação, produção de conteúdo, gestão, comunicação interna, copywriter e redação. "Penso, logo escrevo!"