Neuralink assume mortes de macacos com os chips cerebrais

Hugo Cruz

14 de fevereiro de 2022

A Neuralink, empresa de Elon Musk que desenvolve tecnologia de chip cerebral, atraiu a atenção da mídia mais uma vez. Testes em animais dos chips cerebrais foram associados à morte de 15 macacos usados ​​​​em experimentos, restando apenas sete sobreviventes do grupo usado na experiência.

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Essas alegações vieram do Comitê de Médicos para Medicina Responsável (PCRM), que diz ter descoberto isso através de mais de 700 páginas de documentos adquiridos pela Universidade da Califórnia Davis.

As mortes aparentes vão de 2017 a 2020. Se for verdade, explicaria por que a experimentação humana foi adiada dois anos a partir de sua data projetada. As denúncias partiram de relatórios do Business Insider e do New York Post, renomados nos EUA.

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As fontes dizem que os macacos usados ​​em testes em animais dos chips Neuralink – que aparentemente estão enfiados em seus cérebros – passam por “sofrimento extremo“. Efeitos colaterais físicos e neurológicos são relatados, variando de hemorragia cerebral a comportamento de automutilação.

Em um caso, descobriu-se que um macaco tinha os dedos das mãos e dos pés faltando, “possivelmente por automutilação ou algum outro trauma não especificado“. Outros morreram de infecção como resultado de cuidados inadequados após a inserção do chip.

<p>Neuralink demonstrou um macaco capaz de mover uma raquete virtual de Pong apenas pensando nisso</p>

Empresa demonstrou um macaco capaz de mover uma raquete virtual de Pong apenas pensando nisso / Foto: Neuralink

Este relatório está muito longe de um vídeo compartilhado no ano passado, que retratava um macaco calmamente jogando Pong. A empresa afirma que o jogo estava sendo jogado com o chip, sem a necessidade de um controle e usando apenas a atividade cerebral.

Neuralink assume a responsabilidade

A Neuralink admitiu ter sacrificado 8 animais durante os testes de sua tecnologia de chip cerebral, mas nega as acusações de que submeteu macacos a “sofrimento extremo”.

A empresa admitiu que esse animais foram sacrificados durante os testes: dois em “datas finais planejadas para coletar dados histológicos importantes” e seis como resultado de complicações cirúrgicas, falhas do dispositivo ou infecções associadas ao dispositivo.

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Apesar dos incidentes, a Neuralink disse que nunca recebeu uma citação das inspeções do Departamento de Agricultura dos EUA de suas instalações e programa de cuidados com animais. Ela alega também ser credenciada pela Associação Internacional de Avaliação e Credenciamento de Cuidados com Animais de Laboratório (AAALAC).

Em uma postagem de blog publicada nesta segunda-feira (14), a Neuralink defendeu o uso de animais em pesquisas, observando que “todos os novos dispositivos e tratamentos médicos” devem ser testados em animais antes que possam ser testados eticamente em humanos.

Na Neuralink, estamos absolutamente comprometidos em trabalhar com animais da maneira mais humana e ética possível”, afirmou a empresa. “O uso de todos os animais foi amplamente planejado e considerado para equilibrar a descoberta científica com o uso ético dos animais.”, completou.

A empresa compartilhou imagens das instalações em que seus animais de laboratório são mantidos, alegando que excedem os regulamentos da indústria para espaço vital em 150 vezes.

Detalhes e fotos da dieta dos macacos também foram postados no blog, que é supervisionado por “uma grande e dedicada equipe de veterinários, técnicos veterinários, comportamentalistas, técnicos de enriquecimento e especialistas em cuidados com animais”.

A Neuralink também alegou que nunca forçou um animal a participar de uma tarefa de treinamento se não quisesse, citando uma demonstração pública em 2020 – quando uma porca chamada Gertrude escolheu forragear na palha em vez de aparecer no palco.

Na Neuralink, nunca estamos satisfeitos com os padrões atuais de bem-estar animal e sempre nos esforçaremos para fazer mais pelos animais que estão contribuindo tanto para a humanidade”, concluiu o blog… Também esperamos um dia em que os animais não sejam mais necessários para pesquisas médicas”, acrescentou a empresa.

O atraso nos testes

Originalmente, os testes em humanos deveriam ter iniciado em 2020, mas foram adiados para 2022. Relatórios recentes dizem que a empresa ainda está avançando com esses planos e já começou a contratar seres humanos para a experimentação.

Entre as funcionalidades dos chips, Musk prometeu que os usuários seriam capazes de reproduzir memórias e rolar pelas mídias sociais sem levantar um dedo. Além disso, ele diz que o chip deve ser capaz de restaurar a funcionalidade do corpo inteiro em um usuário com lesão na medula espinhal.

Musk e Neuralink ainda não responderam a essas alegações recentes, e não se sabe se os relatórios atrasarão os testes em humanos.

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Hugo Cruz
Escrito por

Hugo Cruz

Redator Profissional, Comunicador Social e especialista em Produção de Conteúdo Web. Formado em Letras - Inglês e Administração. CEO da Agência Digital Comunicalize.