Praticamente um ano após o retorno da febre do FaceApp e a hashtag faceappchallenge, um novo aplicativo bombou nas redes sociais no último fim de semana: o Voilá Al Artist.
Ele está permitindo que as pessoas transformem suas selfies em desenhos 3D.
Com o app, retornaram também alguns questionamentos sobre a privacidade online e o uso da tecnologia de reconhecimento facial.
Ao analisar os termos de privacidade do Voilá Al Artist, os especialistas da Kaspersky apontam a cláusula que diz que as fotos enviadas para o aplicativo passam a ser de propriedade da empresa.
É neste ponto que os especialistas se perguntam: quais usos a empresa dará para essas imagens?
“Um indício positivo é que o app tem seu próprio modelo de monetização – com propagandas e ofertas pagas dentro da aplicação”, diz a Kaspersky, pelo que “o interesse comercial (vendas das fotos coletadas) não será o objetivo principal”.
Desta forma, os especialistas da Kaspersky acreditam que as imagens devem servir para treinar tecnologias de Inteligências Artificiais e de reconhecimento facial – como ocorreu nos últimos anos com o FaceApp.
“Desde o surgimento da internet já se falava em colaboração online e o isolamento social nos fez ficar ainda mais conectados. Acredito que este tipo de situação será cada vez mais comum e pode ser feita sem problemas, mas há algumas questões de segurança e privacidade que devem ser levadas em consideração, como a transparência no uso dos dados e a responsabilidade no processamento e armazenamento das informações pessoais”, alerta Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil.
Um risco que as pessoas precisam avaliar é o uso do reconhecimento facial no lugar de senhas (autenticação) – seja no desbloqueio do celular ou ao acessar o Internet Banking.
Uma empresa dificilmente usaria as imagens para algo malicioso, como burlar uma autenticação, porém estes bancos de dados de imagens podem vir a ser alvos de ciberataques no futuro e aqui Assolini destaca o segundo risco: o processamento e armazenamento de informações pessoais.
“É importante lembrar que esses dados estão armazenados em servidores de terceiros e são processados na nuvem. Uma vez que as imagens passam a ser da empresa, é ela que tem a responsabilidade de protegê-las e garantir que cibercriminosos não terão acesso ao banco de dados”, acrescenta o analista.
Para assegurar uma diversão online tranquila, a Kaspersky relembra algumas dicas de segurança básicas:
- Antes de baixar um app, verifique quem é o desenvolvedor; apps falsos normalmente usam nomes de pessoas ou nomes falsos de empresas.
- Sempre baixe o app nas lojas oficiais, pois estes passam por uma checagem que diminui as chances de encontrar programas maliciosos.
- Leia o termo de privacidade e as permissões no processo de instalação para saber quais informações o app terá acesso. Tome uma decisão consciente.
- Encare o reconhecimento facial como uma senha – e não saia utilizando esta opção em todos os lugares.
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