Tá com fome filhota? Estrela morta é vista “comendo a si mesma”, segundo a NASA

Mariana Souza

20 de junho de 2022

É a primeira vez que os astrônomos observam uma estrela anã branca que está consumindo material rochoso-metálico e gelado, sendo da sua própria composição.

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(Foto: Divulgação/NASA)

NASA vê ex-estrela (anã branca) “comendo a si mesma”

Dados de arquivo do Telescópio Espacial Hubble da NASA e de outros observatórios da agência foram essenciais para diagnosticar este caso de “auto canibalismo cósmico”.

Segundo a NASA, as descobertas ajudam a descrever a natureza violenta dos sistemas planetários evoluídos e podem contar aos astrônomos sobre a composição dos sistemas recém-formados.

As descobertas são baseadas na análise de material capturado pela atmosfera da estrela anã branca próxima G238-44. Uma anã branca é o que resta de uma estrela radiante como o Sol, depois que ela se desprende de suas camadas externas e para de queimar combustível por meio da fusão nuclear.

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De acordo com Ted Johnson, pesquisador principal e graduado recente da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA): “Nós nunca vimos esses dois tipos de objetos se acumulando em uma anã branca em simultâneo”.

Johnson também afirma que ao estudar essas anãs brancas, espera-se obter uma melhor compreensão dos sistemas planetários que ainda estão intactos.

E à Terra está bem plena. Será?

As descobertas também são intrigantes porque pequenos objetos gelados são creditados por colidir e “irrigar” planetas secos e rochosos em nosso sistema solar.

Acredita-se que há bilhões de anos, cometas e asteroides forneceram água à Terra, provocando as condições necessárias para a vida como a conhecemos.

A composição dos corpos detectados e as possíveis “chuvas” na anã branca implicam que reservatórios gelados podem ser comuns entre os sistemas planetários, disse Johnson.

As teorias da evolução do sistema planetário descrevem a transição entre uma estrela gigante vermelha e as fases de uma anã branca como um processo caótico.

Objetos pequenos, como asteroides e planetas anões, podem se aventurar muito perto de planetas gigantes e serem enviados em direção à estrela.

Embora os astrônomos tenham catalogado mais de 5.000 exoplanetas, o único planeta onde temos algum conhecimento direto de sua composição interior é à Terra.

O canibalismo das anãs brancas, oferece uma oportunidade única de estudar ainda mais os planetas e descobrir qual era sua composição quando se formaram ao redor da estrela.

A detecção de ferro em abundância muito alta é evidência de núcleos metálicos de planetas terrestres, como Terra, Vênus, Marte e Mercúrio. Abundâncias inesperadamente altas de nitrogênio, os levaram a concluir a presença de corpos gelados.

Os pesquisadores estão olhando para o cenário final para a evolução do Sol, daqui a 5 bilhões de anos.

O planeta Terra pode ser completamente vaporizado com o restante dos planetas em nosso sistema. Mas, as órbitas de muitos dos asteroides serão gravitacionalmente perturbadas por Júpiter e eventualmente cairão na anã branca que o Sol remanescente se tornará. Isso quer dizer que: também podemos ter este fim.

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