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Cantora famosa presa por roubo bilionário de bitcoins é liberada

O banco central da Rússia propôs nesta quinta-feira (20 de janeiro) proibir o uso e a mineração de criptomoedas em território russo, citando ameaças à estabilidade financeira, ao bem-estar dos cidadãos e à soberania da política monetária. Segundo um relatório apresentado nessa quinta-feira em conferência online com a participação de Elizaveta Danilova, diretora do Departamento de Estabilidade Financeira do Banco da Rússia, a demanda especulativa determina principalmente o rápido crescimento das criptomoedas e que elas carregam características de uma pirâmide financeira, alertando que podem se formar bolhas no mercado que ameaçam a estabilidade financeira e os cidadãos além de sua utilização para lavagem de dinheiro e o financiamento de ações terroristas. A Rússia é o terceiro maior minerador de criptos do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e o Cazaquistão, respondendo por 11,2% do hashrate global. “A melhor solução é proibir a mineração de criptomoedas na Rússia”, disse o banco também defendendo o banimento de bolsas, mercados de balcão e plataformas peer-to-peer de criptomoedas. Segundo o órgão, o volume anual de transações com moedas digitais no mercado russo chega a US$5 bilhões, o equivalente a R$ 27 bilhões pela cotação atual. Gastos em Energia e Ativos Digitais próprios Segundo o BC russo, a mineração de criptomoedas criou problemas no consumo de energia. O bitcoin e outras criptomoedas são “mineradas” por computadores poderosos que competem contra outros conectados a uma rede global para resolver complexos quebra-cabeças matemáticos. O processo consome eletricidade e muitas vezes é alimentado por combustíveis fósseis. “[A mineração] cria um gasto improdutivo de eletricidade, o que prejudica o fornecimento de energia de edifícios residenciais, infraestrutura social e objetos industriais, bem como a agenda ambiental da Federação Russa”, aponta o relatório, afirmando que a “solução ideal” seria proibir a mineração de criptomoedas no país. Já o apelo de investimentos em criptoativos pode ser substituído por ativos digitais que serão emitidos na Rússia sob a lei sobre ativos digitais, em vigor desde o verão de 2020, disse o Banco da Rússia. O país divulgou recentemente que registra mais de US$ 5 bilhões em transações de criptomoedas por ano, mas não esclareceu como o número é calculado.

Imagem: Shutterstock

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) emitiu um comunicado, no último dia 10 de fevereiro, anunciando que recuperou mais de 94 mil bitcoins roubados em 2016 da plataforma de transações virtuais Bitfinex e que são avaliados hoje em US$ 3,6 bilhões. O crime teria sido cometido por um casal, suspeito lavar os bitcoins roubados em um “labirinto de transações de criptomoedas”.

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Ilya Lichtenstein, russo de 34 anos, e sua esposa, a rapper famosa Heather Morgan, de 31 anos, são suspeitos do crime e podem pegar até 20 anos de prisão. Na última segunda-feira (14), um juiz federal dos Estados Unidos ordenou a liberação da artista, conhecida pelo nome artístico de Razzlekhan, que também é repórter e influenciadora digital.

Imagem: Reprodução/Instagram

A cidadã americana se define como economista, empreendedora e “rapper irreverente” em seu perfil no LinkedIn. O órgão não acusa Morgan de ter roubado o dinheiro diretamente. As investigações apontam que para um hacker que teria transferido 119.754 bitcoins para uma carteira controlada pela cantora.

O marido da rapper ainda está sob custódia e aguarda o julgamento. A decisão de liberação foi feita por Beryl Howell, desembargadora de um tribunal no Distrito de Columbia. Os advogados da dupla argumentaram que não há risco de fuga e que a artista está se recuperando de uma cirurgia. Ainda segundo eles, o processo tem falhas e a manutenção da prisão prejudicaria a defesa.

Maior apreensão de bitcoins da história

Na época do crime, a exchange Bitfinex, de Hong Kong, foi atacada e 119 mil bitcoins foram levados. Estima-se que o valor total do roubo seja de US$ 5 bilhões na cotação atual de US$ 43 mil. Esse caso de 2016 ainda é considerado um dos maiores roubos de criptomoedas da história. 

Agora, quase seis anos depois, parece que as investigações finalmente avançaram e identificaram quem lavou o montante bilionário em criptoativos.

Os fundos roubados foram usados especialmente para comprar ouro e NFT (“tokens não fungíveis”, em inglês) e também para pagar as despesas correntes. O restante dos bitcoins foram recuperados por investigadores na semana passada.

Com uma ordem judicial, os investigadores revisaram as contas online do casal e recuperaram a chave de segurança que dava acesso ao portfólio.

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Quem é Razzlekhan

Imagem: Reprodução/YouTube

“Heather R. Morgan é uma economista internacional, empreendedora de série e investidora de empresas de software B2B. Ela é uma expert em persuasão, engenharia social e teoria dos games. Morgan é co-fundadora e CEO da Endpass, que usa inteligência artificial para automatizar a verificação de identidades enquanto proativamente detecta fraudes. Quando ela não está praticando engenharia reversa em mercados paralelos para criar melhores formas de se combater o cibercrime e a fraude, ela gosta de cantar rap e criar roupas da moda urbana”, segundo seu perfil biográfico na Forbes.

Como aspirante a artista musical, Razzlekhan também se chama de a “Martha Stewart Turca” e “O Crocodilo de Wall Street”. Ela também já lançou músicas onde manda “um salve para os empreendedores e hackers” – especialmente na música “Rap Anthem for Misfits & Weirdos: Versace Bedouin Music Video”;

Assista ao clipe:

Crime prova de que é possível rastrear criptomoedas

O Departamento de Justiça entendeu que as prisões foram uma prova de que essas redes descentralizadas e abertas não são defesas de ferro contra a aplicação da lei.

Na realidade, elas podem ajudar na prevenção e no rastreamento desse tipo de crime conforme as autoridades ganham experiência e conhecimento sobre seu funcionamento.

“Não permitiremos que as criptomoedas sejam um refúgio seguro para a lavagem de dinheiro ou uma zona de ilegalidade em nosso sistema financeiro”, disse o procurador-geral assistente Kenneth Polite Jr, em comunicado.

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