Como funciona a urna eletrônica no Brasil? É segura?

Hugo Cruz

13 de abril de 2022

E mais uma vez estamos chegando perto do período eleitoral, época onde as acaloradas discussões ocorrem. Qual é o melhor partido? E o melhor candidato? Certamente essas dúvidas passam pela cabeça de grande parte da população. Mas tem duas outras dúvidas que também são muito frequentes nesse período do ano: como funciona a urna eletrônica? Ela é segura?

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Imagem: Divulgação / TSE

Essas são questões que têm causado bastante rebuliço nas últimas eleições, principalmente devido às inúmeras fake news que surgiram nas redes sociais inventando mil e uma histórias a respeito da confiabilidade do aparelho. Mas, para te deixar com a consciência tranquila, resolvemos tirar essas duas dúvidas neste artigo. Confira abaixo!

Como funciona a urna eletrônica?

As urnas eletrônicas são preparadas durante eventos públicos, em TREs (Tribunal Regional Eleitoral) ou Cartórios Eleitorais, abertos à imprensa, partidos políticos e ao Ministério Público. Esses eventos ocorrem muito antes das eleições. Assim, todas as partes citadas podem comprovar, de antemão, que as urnas estão funcionando corretamente.

Sendo ligadas novamente apenas nas eleições, as urnas não têm contato com o mundo externo até serem distribuídas para os locais de votação. Esse processo pode demorar até mais de uma semana a depender da região para onde a urna será encaminhada.

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Por fim, ao terminar das votações, com fiscais por perto, a urna imprime um Boletim detalhando todos os votos registrados e os dados são passados, em formato digital e criptografados, para um cartão de memória com assinatura digital – sendo posto, então, em um envelope lacrado (que por sua vez é entregue à Junta Eleitoral).

Essas informações são passadas através de uma rede exclusiva para a Receita Federal, onde os dados serão colocados nos data centers do TRE do estado. Em alguns casos específicos, a transmissão tem que ser feita via satélite.

O papel do TRE aqui é validar a informação através de uma série de testes certificadores = inclusive, a verificação da assinatura digital que certifica a urna de destino daqueles dados, confirmando a zona eleitoral e outras informações.

Uma vez que tudo tenha sido feito, e os dados validados, o TRE faz a soma de todos os Boletins e divulga os dados em sua totalidade.

Certo, mas a urna é mesmo confiável?

Desde 2009, as urnas são submetidas a uma série de testes para encontrar vulnerabilidades nelas e consertá-las, tornando-as o mais seguras possível. O TPS (Teste Público de Segurança), como é chamado, é feito com o auxílio de vários especialistas em segurança.

Você pode entender mais sobre o TPS nesse vídeo da Justiça Eleitoral:

Por fim, as urnas são protegidas por dois sistemas de segurança: assinatura digital e resumo digital.

A assinatura digital serve como uma chave criptografada que comprova a integridade dos arquivos digitais (verificando, inclusive, se o programa base das urnas não foi alterado de alguma maneira).

Já o resumo digital, ou “hash”, serve como um número rastreador que permite o processamento de todos os arquivos de maneira transparente.

Essa divisão do processo em várias camadas, e com várias checagens distintas, torna o processo quase impossível de ser adulterado. Isso porque a quebra de um simples protocolo causaria um efeito dominó que resultaria no aparelho sendo bloqueado, invalidando os votos no dispositivo.

E aí? É segurança o suficiente para você?

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Escrito por

Hugo Cruz

Redator Profissional, Comunicador Social e especialista em Produção de Conteúdo Web. Formado em Letras - Inglês e Administração. CEO da Agência Digital Comunicalize.