O Auto-tune nos últimos anos esteve presente na voz de inúmeros artistas, seja do POP, RAP e até outros gêneros em que não fica tão explícito. Hoje vamos falar sobre esta ferramenta que por meio da velocidade de entrada/saída das notas, e adequações da escala musical, revolucionou a indústria da música ao redor do mundo.
O que é o AutoTune e como ele revolucionou a música – Imagem: Reprodução/Pexels
A origem: Auto-Tune
Muitos podem pensar que o auto-tune nasceu junto com T-Pain ou Akon, mas não foi de em um estúdio musical que esta ferramenta saiu. Em 1997, Dr. Andy Hildebrand ─ um dos pioneiros nos estudos dos algoritmos que estudavam ondas sonoras para mapear a superfície da terra ─ apresentou uma revolução.
O engenheiro, que posteriormente recebeu o título de Ph.D. em engenharia elétrica pela Universidade de Illinois, foi ousado. Ele decidiu simplesmente aplicar os algoritmos de áudio usados para a terra em músicas de estúdio, e assim nasceu o Auto-Tune.
Em 1998, Cher lançou ‘Believe’ e mostrou a capacidade da ferramenta após a ousadia dos produtores Mark Taylor e Brian Rawling usarem o Auto-Tune no limite máximo. O resultado foi o som robótico, que na época soava algo muito descolado da voz natural. Mesmo assim, foi o que a indústria musical precisou para nunca mais ser a mesma.
O que de fato faz um autotune?
O autotune, em livre tradução, é um “autoajuste” ou ajuste automático, que por sua vez, afina a voz dos cantores segundo o tom da música. Ou seja, este software pega uma música que está na escala de Dó Maior, e transporta a voz para este mesmo tom.
Muitos pensam que o Auto-Tune faz “magia” e deixa qualquer voz afinada, mas a princípio, ele é para pequenas correções. Então, espera-se que o cantor que vai interpretar uma música em Dó Maior, rime dentro da escala proposta. Se eventualmente ele sair do tom, seja meio ou um tom inteiro, a ferramenta ajusta a voz, e arruma esse pequeno deslize.
Pode parecer um “hack“, mas a performance musical, muitas vezes é uma coisa única. De modo que dentro do estúdio, toda vez que o músico grava um trecho, ele coloca um feeling diferente. Assim, o autotune tem o potencial de salvar performances que poderiam se perder por apenas um trecho que não soou como se esperava.
Mas na própria Cher, ficou claro que dava para ir além, e graças a mecanismos como Retune Speed ou Vibrato e Humanize, outros timbres foram explorados. Artistas como T-Pain, um dos nomes responsáveis por popularizar o uso robótico dos autotunes, têm na ferramenta um toque que definem a sua própria identidade musical.
É possível ver como o autotune soa de forma mais “natural” e integrada à voz de T-Pain em comparação com a música de Cher ─ ambas têm 7 anos de distância. Na indústria POP o Auto-Tune é usado de forma mais discreta, como se fosse uma espécie de “vergonha”, contar com auxílios como este.
Como o Auto-Tune influenciou a indústria da música?
O hip-hop sempre esteve à margem da indústria musical, mas as coisas vêm mudando desde que batidas digitais, e a própria digitalização do mercado musical, passaram a ser mais exploradas. Nos últimos anos o gênero ganhou força entre o mainstream graças ao Trap.
Nome como Migos, Travis Scott, Lil Wayne, Young Thug, Cardi B, Nick Minaj entre outros diversos artistas, se tornaram nomes de destaque no mercado fonográfico mundial. No Brasil, artistas como Matuê, Teto, Orochi, Filipe Ret são nomes que chamam atenção pela forma que usam o autotune.
Alguns artistas do forró exploram o autotune, assim como o funk também têm visto alguns subgêneros adotando a ferramenta. No entanto, seja de forma aparente ou discreta, é um fato que a maioria dos artistas que você ouve hoje, passou pelo autotune durante o processo de produção.
5 melhores apps de Auto-Tune
Se você quer realmente usar o Auto-Tune para gravações e produções mais avançadas, ou apenas para experimentar possibilidades, será necessário um software específico. Conhecido como DAW (Digital audio workstation ou estação de trabalho de áudio digital), suportam os plugins capazes de interagir com as vozes e conferir efeitos diversos.
As DAWs mais famosas são: FL Studio, Ableton Live, Cubase, Reaper, Pro Tools, Studio One, Cubase. Há algumas opções para celular também, que apresentaremos a seguir.
1. Antares Auto-Tune
A Antares atualmente, sem dúvidas, oferece o melhor software quando o assunto é o autotune para uso profissional. Ela oferece diferentes produtos, o mais recente é o Auto-Tune Pro X. O seu custo é elevado, no entanto, pode-se acessar uma versão de teste da ferramenta e conferir o potencial máximo da tecnologia em ação.
2. Bandlab
O Bandlab é um rede social voltada para músicos e, além disso, oferece um aplicativo com o mesmo nome, que possibilita criar e distribuir músicas, basicamente em nuvem. Ele é gratuito, está disponível para Android e iOS, oferecendo uma maneira acessível e com boa qualidade, para quem quer experimentar, mas só tem um smartphone em mãos.
3. Voloco
Outra opção para quem só tem em mãos um celular, é o Voloco, que também está disponível para iOS e Android. O aplicativo também oferece uma porta de entradas para quem está em busca de ver como o Auto-Tune pode soar na prática. Ele tem uma interface bem simples, e é gratuito.
4. Waves Tune Real-Time
Se o Antares tem um valor muito elevado para você, o Waves Tune Real-Time, aparece como opção acessível e tão funcional quanto. Ele tem uma bela interface com cores bem chamativas, e embora seu funcionamento não seja tão simples quanto o da sua concorrente, algumas horas de dedicação são o suficiente para extrair bons sons dessa ferramenta.
5. Celemony Melodine
Por fim, temos o Melodine, o qual é uma versão paga para profissionais, e oferece um dos recursos mais avançados do mercado. Ele permite alterações minuciosas na voz do artista a partir de um gráfico. De todo modo, ele tem mais a finalidade de funcionar de maneira discreta, sendo uma opção recomendada para quem quer “soar totalmente afinado”.
Com informações: Affiliate Bay, Careers in Music, Classic FM, Livescience, Ask.Audio, Cmtext
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