Os humanos ainda estão evoluindo? Cientistas estão aplicados para resolver o mistério

Mariana Souza

23 de dezembro de 2022

Em 2003, cientistas pensaram ter chegado ao ápice dos estudos sobre o genoma humano quando sequenciaram por completo a sua dupla hélice. Entretanto, agora, talvez esteja mais claro que os humanos ainda estejam evoluindo geneticamente.

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Humanos estariam evoluindo e novos estudos sobre sequência genética pode apontar isso. (Imagem: Canva/Bit Magazine/Mariana Souza)

Humanos estariam evoluindo e novos estudos sobre sequência genética pode apontar isso. (Imagem: Canva/Bit Magazine/Mariana Souza)

Cientistas encontraram genes antes desconhecidos em humanos

Depois que o sequenciamento da dupla hélice do genoma foi feito por completo em 2003, os cientistas acreditaram estar tudo resolvido. Acabaram por deixar algumas lacunas que, até então, achavam que não eram tão importantes.

Entretanto, novos estudos descobriram novidades nessas sequências que, na verdade, não foram esmiuçadas por completo e mais: elas estavam envolvidas intrinsecamente com a evolução do ser humano – do envelhecimento até questões de impacto como o câncer e autismo.

Neste ano, finalmente, um estudo conseguiu analisar os 8% do genoma que ficaram faltando no sequenciamento de 2003.

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Nessas novas análises, os pesquisadores perceberam que algumas sequências genéticas codificam proteínas que não estão ligadas com qualquer ancestral óbvio, o que os geneticistas chamam de genes órfãos.

Alguns desses pesquisadores supõem os genes órfãos surgiram espontaneamente à medida que evoluímos e que não provém de um ancestral como herança genética.

Nikolaos Vakirlis, cientista do Centro de Pesquisa em Ciências Biomédicas “Alexander Fleming” na Grécia e um dos autores do estudo, diz:

“Acho que este é o primeiro estudo que analisa as origens evolutivas específicas dessas pequenas ORFs (versões menores da sequência de DNA) e suas microproteínas”

Segredos escondidos em apenas um pedaço do genoma

O genoma é separado em inúmeros pequenos pedacinhos que se chamam ORF e esses também possuem seus pedaços. Por isso, é uma tarefa árdua e imensa decodificar cada um desses trechos e ainda descobrir quais são funcionais e quais não são.

Decodificando um pequeno pedaço de ORF especificamente de humanos (não pode ser de ancestral próximo), os cientistas descobriram haver 155 pequenas ORFs produzindo microproteínas que surgiram completamente do zero – o que é chamado de nascimento de gene novo – em regiões únicas no DNA.

Esse sequenciamento conseguiu descobrir sobre algumas doenças como a dismorfia muscular e outras alterações genéticas raras.

McLysaght, professor de genética no Trinity College Dublin, na Irlanda e autor sênior do artigo, disse à revista Inverse que esse é apenas o começo do que se pode descobrir com essa novidade.

O cientista Nikolaos Vakirlis ainda coloca que algumas questões a serem analisadas:

“Como isso é equilibrado com o fato de sabermos que, a longo prazo, surgem genes inteiramente novos? Como eles superam essa situação inicial tão provável? É uma questão muito interessante e acho que podemos abordá-la com os dados disponíveis.”

Os cientistas continuarão a estudar profundamente sobre o sequenciamento genético de humanos e desenvolver novas perspectivas sobre evolução e surgimento de doenças aleatórias e espontâneas.

Com informação: Inverse.

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