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A Meta divulgou o primeiro declínio trimestral de usuários diários do Facebook, desde seu lançamento em 2004. A situação junto com um crescimento de anúncios abaixo do esperado fez com que suas ações caíssem cerca de 20%, em torno de US$ 200 bilhões em valor de mercado. Leia também: Facebook encerra programa de Wi-Fi de baixo custo no Brasil e em outros países O fato mostra que a mudança de nome do Facebook para Meta não foi o suficiente para distrair os investidores dos problemas em seu negócio principal de mídia social. A perda de 1 milhão de usuários diários na América do Norte, onde o valor de publicidade é mais alto, acabou causando uma queda geral em todo o mundo. Segundo um porta-voz da empresa, essa foi a sua primeira queda na história. Imagem: Reprodução/The Verge Essa queda de 1,93 bilhão no trimestre anterior para 1,929 bilhão de usuários diários é, provavelmente, um reflexo da crescente falta de relevância do Facebook com o público mais jovem - que prefere fazer uso de outras redes sociais, como o TikTok. "As pessoas têm muitas escolhas sobre como querem gastar seu tempo e apps como o TikTok estão crescendo muito rapidamente. E é por isso que o nosso foco nos Reels é tão importante no longo prazo", disse Mark Zuckerberg durante o anúncio dos resultados. Queda nas ações do Facebook preocupa A previsão atual é que o faturamento de janeiro a março seja algo entre US$ 27 bilhões a US$ 29 bilhões menor do que os US$ 30,15 bilhões que eram inicialmente esperados, segundo dados da Refinitiv. Parte dos prejuízos está na divisão Reality Labs, operação de realidade aumentada e virtual da Meta, responsável pelo metaverso. Eles já ocorreram no último trimestre de 2021 e só deverão aumentar neste ano. Imagem: Divulgação/Meta Outro fator para a queda dos usuários é a alteração feita pela Apple para melhorar a privacidade dos usuários, permitindo que os mesmos controlem permissões de monitoramento de seu comportamento online. Isso dificulta para os anunciantes conhecerem a sua localização e divulgar novos produtos. Facebook viveu 2021 tenebroso envolto em escândalo O Facebook teve um último ano difícil após um escândalo de documentos vazados, que ficou conhecido como "Facebook Papers", além de declarações polêmicas de ex-funcionários. Frances Haugen, ex-funcionária da empresa responsável pelo vazamento, testemunhou ao Senado dos Estados Unidos e declarou que a companhia "coloca o lucro acima da segurança". "O Facebook percebeu que se mudar o algoritmo para ser mais seguro, as pessoas vão passar menos tempo no site, vão clicar em menos anúncios, e eles vão ganhar menos dinheiro", disse ela aos parlamentares americanos. A empresa negou os argumentos de Haugen e afirmou que a ex-funcionária "tirou de contexto" os documentos para apresentar um "retrato infiel" da companhia. A Meta também enfrenta um processo nos EUA movido pelo FTC (Comissão Federal de Comércio) que alega que a empresa construiu monopólio ilegal ao comprar seus concorrentes Instagram e WhatsApp. Leia também: Meta (antigo Facebook) anuncia supercomputador mais rápido do mundo