Água na Lua pode ter sido “forjada” por fenômenos espaciais surpreendentes

Nova pesquisa aponta que há predisposição para se "coletar água" na Lua. Chineses irão ajudar na descoberta para uso na base lunar.

Em nova pesquisa desenvolvida pelo módulo de pouso Chang’e-5 da China, o local de pouso da missão Artemis III da NASA pode estar carregado de hidrogênio e provavelmente há água na Lua. É o que apontam as amostras de regolito – material solto que cobre superficialmente uma rocha sólida.

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Entender porque a exploração da Lua é tão importante para os futuros planos da NASA! (Imagem: Alberto Bertolin via NASA)

Água na Lua: NASA pode pousar em local assim

Em nova pesquisa feita por cientistas e tendo como líder o especialista em clima Yuchen Xu, da Academia Chinesa de Ciências e publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences , a Lua pode, sim, ter água.

Essa informação se deu após analisarem grãos de regolito lunar (fina camada de rocha e vidro que ficam na superfície de rochas sólidas) do local de pouso de Chang’e-5, apontando uma presença maciça de hidrogênio.

Por que isso ocorre?

Segundo a pesquisa, essa formação se deu por conta do vento solar que chegou até lá e, às vezes, estes átomos de hidrogênio se ligam a átomos de oxigênio, formando a água (H2O).

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Na missão espacial Apollo os cientistas também encontraram regolitos com quantidades de hidrogênio, entretanto, as amostras trazidas pela Chang’e-5 mostram muito mais hidrogênio.

Xu e a equipe de pesquisadores afirmam que isso pode significar que exista ainda mais hidrogênio e água enterrados nos regolitos mais próximos aos polos da Lua.

Fazer água para a base lunar

Os estudos começaram a se aprofundar para tentar provar de onde vem a quantidade de hidrogênio, somente do vento solar ou se há mais “fontes” escondida pelos polos lunares.

A equipe de Xu descobriu que estes regolitos que estão nos polos realmente retém mais hidrogênio do que os que ficam no “equador” da Lua.

A co-autora do estudo Yangting Lin , também da Academia Chinesa de Ciências, disse ao Inverse:

“Não sabíamos o quão bem a água derivada do vento solar estava preservada nos primeiros centímetros da superfície, onde a irradiação do vento solar era protegida por apenas um único grão, mas a perda de água por difusão estava acontecendo”

Lin acrescenta:

“Nossas experiências de análise e reaquecimento demonstram que a água derivada do vento solar é preservada de forma estável.”

Em 2020, o Chang’e-5 da China enviou cerca de 2 kg de regolito da Lua para a Terra, incluindo escavações de poucos centímetros e também amostras mais profundas. Os pesquisadores conseguiram encontrar partes mais jovens da crosta da Lua com as amostras.

Este estudo é importante para a ciência, pois a NASA já planeja coletar hidrogênio – e também água – da superfície lunar na base que será construída.

Mais amostras como essas devem ser estudadas pela equipe de Xu e de outros pesquisadores para que os astronautas consigam “fazer água” na Lua.

Com informação: Inverse.

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Mariana Souza
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