Água na Lua pode ter sido “forjada” por fenômenos espaciais surpreendentes

Mariana Souza

14 de dezembro de 2022

Em nova pesquisa desenvolvida pelo módulo de pouso Chang’e-5 da China, o local de pouso da missão Artemis III da NASA pode estar carregado de hidrogênio e provavelmente há água na Lua. É o que apontam as amostras de regolito – material solto que cobre superficialmente uma rocha sólida.

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Entender porque a exploração da Lua é tão importante para os futuros planos da NASA! (Imagem: Alberto Bertolin via NASA)

Água na Lua: NASA pode pousar em local assim

Em nova pesquisa feita por cientistas e tendo como líder o especialista em clima Yuchen Xu, da Academia Chinesa de Ciências e publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences , a Lua pode, sim, ter água.

Essa informação se deu após analisarem grãos de regolito lunar (fina camada de rocha e vidro que ficam na superfície de rochas sólidas) do local de pouso de Chang’e-5, apontando uma presença maciça de hidrogênio.

Por que isso ocorre?

Segundo a pesquisa, essa formação se deu por conta do vento solar que chegou até lá e, às vezes, estes átomos de hidrogênio se ligam a átomos de oxigênio, formando a água (H2O).

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Na missão espacial Apollo os cientistas também encontraram regolitos com quantidades de hidrogênio, entretanto, as amostras trazidas pela Chang’e-5 mostram muito mais hidrogênio.

Xu e a equipe de pesquisadores afirmam que isso pode significar que exista ainda mais hidrogênio e água enterrados nos regolitos mais próximos aos polos da Lua.

Fazer água para a base lunar

Os estudos começaram a se aprofundar para tentar provar de onde vem a quantidade de hidrogênio, somente do vento solar ou se há mais “fontes” escondida pelos polos lunares.

A equipe de Xu descobriu que estes regolitos que estão nos polos realmente retém mais hidrogênio do que os que ficam no “equador” da Lua.

A co-autora do estudo Yangting Lin , também da Academia Chinesa de Ciências, disse ao Inverse:

“Não sabíamos o quão bem a água derivada do vento solar estava preservada nos primeiros centímetros da superfície, onde a irradiação do vento solar era protegida por apenas um único grão, mas a perda de água por difusão estava acontecendo”

Lin acrescenta:

“Nossas experiências de análise e reaquecimento demonstram que a água derivada do vento solar é preservada de forma estável.”

Em 2020, o Chang’e-5 da China enviou cerca de 2 kg de regolito da Lua para a Terra, incluindo escavações de poucos centímetros e também amostras mais profundas. Os pesquisadores conseguiram encontrar partes mais jovens da crosta da Lua com as amostras.

Este estudo é importante para a ciência, pois a NASA já planeja coletar hidrogênio – e também água – da superfície lunar na base que será construída.

Mais amostras como essas devem ser estudadas pela equipe de Xu e de outros pesquisadores para que os astronautas consigam “fazer água” na Lua.

Com informação: Inverse.

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