O problema vem debaixo: “Geleira do fim do mundo” alerta pesquisadores sobre futuro do planeta

Mariana Souza

9 de setembro de 2022

A geleira Thwaites da Antártida está sendo monitorada há algum tempo por pesquisadores. Em pesquisa publicada no começo deste mês, especialistas afirmam que o desprendimento da estrutura pode estar mais perto de ocorrer do que o esperado.

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Thwaites da Antártida

Imagem: Divulgação/NASA

‘Geleira do fim do mundo’: do passado ao futuro

Em um artigo publicado pela National Geoscience, a análise feita sobre o processo de degelo e desprendimento da geleira Thwaites da Antártida acende um alerta sobre como estamos lidando com o aquecimento global.

No artigo, várias instituições do Reino Unido, Estados Unidos e Suécia mostram relatórios e fotos sobre como este derretimento, condições subaquáticas do mar próximo a ela e formações geológicas encontradas estão agora.

Isso foi possível graças ao robô Rán, projetado para aguentar condições extremas de temperatura e pressão.

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Conhecida em inglês como doomsday glacier (‘geleira do fim do mundo’) a Thwaites foi vasculhada por um bom período, com o tamanho do estado do Paraná ou dobro de Santa Catarina, com aproximadamente 700 metros de profundidade.

Tendo acesso a essas informações, o histórico da geleira foi aprofundado, mostrando alguns momentos em que ela passou por algo parecido.

A oceanógrafa física Anna Wåhlin, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, disse em comunicado à imprensa:

“Este estudo foi pioneiro sobre o fundo do oceano, que foi possível graças ao avanço tecnológico.”

As informações do artigo estão servindo como uma espécie de clarividência, ao revelar o que aconteceu no passado, servindo de base para premeditar o futuro.

Subindo o nível dos oceanos

O resultado da pesquisa mostra que, em algum momento dos últimos 200 anos, uma parte específica da geleira perdeu contato com o fundo do oceano e recuou cerca de 2,1 quilômetros por ano.

Entretanto, o alerta é: este fenômeno de descolamento aconteceu em um tempo menor que seis meses.

O geofísico marinho Robert Larter, coautor do trabalho e integrante do grupo Pesquisa Antártica Britânica, afirma:

“A Thwaites está realmente se segurando hoje ‘por um fio’, e devemos estar preparados para grandes mudanças em pequenas escalas de tempo no futuro — mesmo de um ano para o outro”.

Essa nova descoberta pode ajudar a tentar evitar uma ameaça para cerca de 40% da população que mora em regiões costeiras ou próximas a zonas do mar, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

Isso porque, com o degelo completo, o nível dos oceanos pode subir entre 0,9 e 3 metros, segundo os pesquisadores. O impacto seria algo até então inimaginável para a história da humanidade.

Com informação: National Geoscience.

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