Meteorito africano com mineral extraterrestre pode mudar estudos da galáxia
26 de dezembro de 2022
São encontrados em um meteorito de mais de 15 toneladas, exemplos minerais que não existem naturalmente na Terra sugerem um vislumbre das colisões que podem ter ocorrido bem no início do nosso Sistema Solar. É incrível imaginar que um pedregulho guarde um mistério extraterrestre.
Meteoro extraterrestre caiu na Somália há milhões de anos e agora é anbalisado por ter minerais diferentes. (Imagem: Pixabay)
Um pedregulho extraterrestre resguarda novidades
Anos e anos se passaram e um pedregulho avermelhado ficou na periferia da Somália, bem perto de um poço onde pastores e os rebanhos iam para saciar a sede.
Rocha extraterrestre é encontrada na Somália. (Créditos pela imagem: ABDULKADIR ABIIKAR HUSSEIN ALMAAS UNIVERSITY/ Reprodução: NatGeo)
Foram gerações repassando o conhecimento de que aquela rocha com mais de 15 mil kg poderia ser usada para afiar facas e outros objetos cortantes.
Entretanto, não se imaginava que, na verdade, aquela pedra era extraterrestre e mais: podia remontar os primórdios do nosso Sistema Solar.
Em alguma data desconhecida em um passado remoto, a pedra conhecida hoje como El Ali, atravessou a atmosfera da Terra e trouxe consigo ao menos três minerais que nunca foram encontrados naturalmente por aqui, de acordo com estudos recentes.
Esses minerais estavam ocultos na composição química e na estrutura cristalina do mineral, dando indícios do que poderia ter ocorrido há bilhões de anos.
Mesmo que a descoberta desses novos minerais não altere drasticamente a compreensão sobre o universo, eles podem ajudar a fornecer mais detalhes sobre a criação da nossa galáxia.
Chi Ma, mineralogista de meteoritos do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, que identificou um dos novos minerais e ajudou a confirmar os outros dois, disse:
“Todo mineral novo – cada um deles – tem uma mensagem e uma história para contar.”
Descoberta surpresa até para os que não estavam procurando
Na verdade, a descoberta desses novos minerais foi uma surpresa a mais, pois houve uma disputa grande sobre o destino do El Ali.
Foram garimpeiros de uma pequena mineradora que a encontraram em 2019 quando procuravam opalas. Em 2020, então, quando o governo da Somália não se dispôs a pagar o valor multimilionário pela rocha, a mineradora a exportou para a China, afirma o geólogo da Universidade de Almaas, em Mogadíscio, na Somália, Abdulkadir Abikar Hussein.
Hussein foi o inspetor do meteorito a pedido do governo da Somália.
A grande questão é que agora a rocha não tem um “comprador” e o geólogo teme que ela seja cortada em pedaços menores para a venda. Por conter minerais extraterrestres, a El Ali tem um valor inestimável.
Pequenas amostras foram enviadas pelos garimpeiros para cientistas analisarem a composição. Uma dessas peças chegou às mãos de Chris Herd, curador da coleção de meteoritos da Universidade de Alberta, no Canadá, que disse:
“Estudar a mineralogia de meteoritos é uma exploração do Sistema Solar ‘no escuro’, em muitos aspectos. Procuramos restringir a variedade de condições existentes em diferentes corpos planetários.”
Por enquanto, ainda há a discussão de quem pertence o meteorito extraterrestre e, se após a venda para terceiros, o valor será revertido para a Somália. Hussein ainda acrescenta que muitos somalis querem que a rocha permaneça no país em que foi encontrada.
Com informações: NatGeo.
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