O que é Web3? Por que recurso vai revolucionar a internet?

Cecilia Parente

17 de janeiro de 2022

Especialistas que defendem uma “enorme remodelação” para a Word Wide Web (WWW, nossa internet como todos conhecem) e trabalham no que chamam atualmente de uma “nova fase” da internet, a Web3.

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A atual internet é considerada por eles de “segunda geração” e precisa mudar para tornar-se mais inteligente, uma “web semântica” que nos ofereça maior controle de nossos dados.

O que é Web3? Por que recurso vai revolucionar a internet?

Imagem: BBC News/Getty Images

A Web3, como é chamada essa nova rede, permitirá que os processadores interpretem um volume muito maior de dados nos permitindo interagir de forma mais profunda com outros usuários a partir de qualquer plataforma.

É o adeus para os HDs (hard disks” já que praticamente tudo estará na chamada “nuvem” sendo muito mais rápido além de personalizável.

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O termo Web3 foi cunhado em 2014 pelo britânico Gavin Wood, cofundador da criptomoeda ethereum, ao lado russo-canadense Vitalik Buterin e está sendo desenvolvida desde então no Vale do Silício (região do Estado americano da Califórnia onde estão as maiores indústrias de tecnologia).

O engenheiro de computação britânico criou a Web3 Foundation – para “financiar equipes de investigação e desenvolvimento que estão construindo as bases” da Web3 – e criou a Parity Technologies, uma empresa de infraestrutura blockchain, com sede em Berlim (Alemanha), para a “web descentralizada”.

O que é “internet descentralizada”?

“Em seu início, a internet foi um protocolo aberto e descentralizado”, explica à BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC) Ursula O’Kuinghttons, diretora de Comunicação da Parity Technologies.

“Ela começou a se centralizar nos anos 1990, com as grandes empresas de tecnologias que conhecemos hoje em dia. O que se deseja com a Web3 é voltar à essência, ao início do que foi a internet: que ninguém controle em grande proporção essa ferramenta de comunicação tão presente no nosso dia a dia.”

Se a Web 1.0 (Web1) baseava-se em hyperlinks, e a Web 2.0 (Web2) acontece nas redes sociais, a Web 3.0 (Web3) será fundamentada na tecnologia blockchain.

“Precisamos ter a mente aberta, porque a blockchain é muito mais que uma criptomoeda. A Web3 é muito mais interessante que o valor de um token”, afirmou O’Kuinghttons.

O que é Web3? Por que recurso vai revolucionar a internet?

Imagem: BBC News/Getty Images

Nova arquitetura da Web

Segundo Evran a Web3 “permitirá que os usuários tenham acesso a milhares de centros de dados em todo o mundo e possam escolher quem guarda seus dados e como”.

Amazon, Google e Microsoft atualmente lideram o mercado de armazenamento de dados na nuvem. A primeira empresa, com sua filial, a AWS, controla 41,5% do total, segundo dados da McAfee de 2019. Depois vêm Azure, da Microsoft, com 29,4% e Google Cloud, com 3%.

Na parte mais técnica, está a questão dos protocolos. “Quando você abre o Google ou outro navegador e vai a um site da Web, você usa o protocolo HTTP [nascido com a World Wide Web de Berners-Lee]. Você ‘diz’ a esse protocolo buscar um arquivo em uma localização específica”, descreve Evran.

“É como se, para encontrar um livro, você tivesse que obrigatoriamente fazê-lo por meio da Biblioteca Pública de Nova York. Se essa biblioteca desmorona, ou o governo coloca um guarda de segurança, você já não pode acessar o conteúdo. É uma estrutura controlada de maneira central.”

Com a Web3 funcionará de outro modo. “No mundo da Web3, cada cópia do livro estará comprimida em um algoritmo criptográfico que não pode ser manipulado. E poderemos compartilhá-lo mesmo sem estar conectados à rede”, diz Evran, citando a tecnologia P2P (“peer-to-peer”).

Mas essa mudança não ocorrerá imediatamente e sua transição poderá levar de cinco a dez anos para que os dados saiam de grandes empresas como Facebook e Google e voltem aos usuários.

O’Kuinghttons concorda que a mudança “não será uma tarefa fácil, mas é cada vez mais urgente que tenhamos uma internet mais igualitária e equitativa”. “Estamos ainda em uma fase muito, muito inicial. Tudo isto está só começando a se expandir, ainda está em fase de construção”, afirma a especialista.

“Mas em 2021 já vimos um impulso enorme com o avanço dos NFT [bens digitais] e dos Metaversos [realidades virtuais].

Em 2022, veremos mudanças cruciais, como a expansão dessas tecnologias, que não são nada mais que a Web3.”

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Cecilia Parente
Escrito por

Cecilia Parente

Redatora, Especialista em Produção de Conteúdo para a Web com formação em Webdesign e Marketing Digital. Estudante de Programação Back-End, Entusiasta de Tecnologia e redatora na BitMagazine trazendo as últimas notícias e informações sobre o mundo tecnológico.