Como os asteroides se transformam em “estrelas cadentes”? [Espaço e Ciência]

Jaizon Carlos

14 de fevereiro de 2023

As estrelas cadentes são um dos fenômenos astronômicos mais incríveis que podemos presenciar a olho nu. Mas, centros de histórias românticas e alvos de muita superstição, as pessoas ainda se equivocam sobre como elas são formadas. Neste artigo você vai saber de onde as estrelas cadentes vêm e qual o papel dos asteroides nessa história toda!

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Como os asteroides se transformam em "estrelas cadentes"? [Espaço e Ciência] - Imagem: Alexander Andrews on Unsplash

Como os asteroides se transformam em “estrelas cadentes”? [Espaço e Ciência] – Imagem: Alexander Andrews on Unsplash

O que são os asteroides e de onde eles vêm

Constituídos em sua maior parte por rochas e metais, os asteroides são corpos celestes que orbitam o Sol, assim como fazem os planetas.

asteroide espaço

Imagem: Bryan Goff on Unsplash

Eles podem vir em diferentes tamanhos, indo desde fragmentos pequenos, apenas alguns metros, até corpos gigantescos, com algumas centenas de quilômetros. Mesmo assim, sua massa é pequena quando comparada a de um planeta e eles também não tem uma forma definida.

Normalmente, eles podem ter duas origens: corpos rochosos do período da formação do sistema solar, que não se integraram a nenhum planeta ou ao sol, e/ou restos de colisões entre outros corpos celestes, como planetas e asteroides ainda maiores.

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Como os asteroides se transformam em estrelas cadentes?

Ao sofrer as ações causadas pela força gravitacional do Sol e dos planetas maiores, enquanto transitam por entre eles, os asteroides tendem a colidir entre si e liberar fragmentos chamados meteoroides.

Quando esses entram na atmosfera terrestre, recebem o nome de meteoros. É a esse fenômeno celestial que chamamos comumente de “estrelas cadentes”.

A velocidade de uma estrela-cadente depende de vários fatores, como a trajetória na qual entrou na atmosfera da Terra e a velocidade que ela tinha antes disso. Em média, a velocidade de um meteoro varia de 11 km/s a 72 km/s, enquanto entram em atrito com nossa atmosfera.

O meteoro então entra em combustão devido ao aquecimento causado pelo atrito, com a maioria do seu material sendo desintegrado e queimado. Essa incandescência forma um rastro de luz tão brilhante que pode ser visto a olho nu.

Geralmente esses meteoros se desintegram completamente cerca de 90 a 130 km antes de tocar o solo, mas alguns deles conseguem atingir a nossa superfície, ganhando o nome de meteorito.

Quais razões fazem os asteroides entrarem em nossa atmosfera?

Um asteroide, ou um fragmento, pode entrar na atmosfera da Terra por diversos motivos. Alguns deles vêm sua órbita cruzando com a nossa, aumentando a chance de colisão, enquanto outros são literalmente atraídos pela nossa força gravitacional.

Outros corpos celestes como luas, planetas e até outros asteroides — principalmente a colisão entre eles — também podem perturbar a órbita de um asteroide e fazer com que ele mude de curso.

Como se tudo isso não bastasse, alguns asteroides simplesmente se desintegram durante suas viagens. Nesse processo de fragmentação, os pedaços se espalham em várias direções, com alguns fazendo sua entrada na atmosfera terrestre.

Como foi possível ver, um asteroide pode cair na Terra por vários motivos e isso pode ser um problema enorme. Enquanto a maioria deles vem em pedaços menores, a possibilidade de um asteroide gigantesco como o Chicxulub, o que matou os dinossauros, é real.

Devemos lembrar que existem muitos asteroides até maiores que ele circulando por aí.

Temos como nos defender em casos extremos

Felizmente, já existem programas de segurança cósmica para nos proteger em casos de ameaças desse tipo. Um dos melhores exemplos, e o mais famoso, é o programa de defesa planetária da NASA que recentemente teve sucesso na missão DART, sigla em inglês para “Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos”.

DART nasa

Um foguete SpaceX Falcon 9 decola em 23 de novembro de 2021 carregando a espaçonave Double Asteroid Redirection Mission da NASA. Imagem: Reprodução / NASA

A DART conseguiu com sucesso alterar a órbita do asteroide chamado Dimorphos. Embora nem ele, nem o Didymos, seu asteroide “pai”, representassem perigo o nosso planeta, o teste mostrou que a tecnologia de deflexão de asteroides funciona.

Isso quer dizer que o nosso planeta já tem a capacidade, hoje, de lidar com asteroides de perigo potencial. Dessa forma, é possível uma tragédia como a que aconteceu há 66 milhões, que acabou com cerca de 75% das espécies animais do planeta.

Eventos cósmicos como os de Tunguska e Chelyabinsk mostram como a entrada de um asteroide pode ter impactos devastadores.

No primeiro, um objeto celeste caiu perto do rio Podkamennaya Tunguska, em uma região da Sibéria em 1908, derrubando cerca de 80 milhões de árvores e provocando até terremotos. Já em Chelyabinsk foi um asteroide que adentrou a atmosfera terrestre sobre a Rússia em 2013 e feriu cerca de 1,2 mil pessoas.

Outros programas

Além do DCDP da NASA (Departamento de Coordenação de Defesa Planetária), vários órgãos e países têm seus próprios sistemas de defesa planetária.

Um exemplo disso é o IMPACTON (Iniciativa de Mapeamento e Pesquisa de Asteroides nas Cercanias da Terra no Observatório Nacional). Esta iniciativa coloca o Brasil no meio dos programas que buscam asteroides e cometas em risco de colisão com a Terra. Outros projetos incluem o NEOShield-2 da União Europeia.

Como os cientistas detectam asteroides que se aproximam da Terra?

Para detectar os asteroides, cientistas observam o espaço com telescópios e radares superpoderosos, determinando a distância, tamanho e velocidade dos objetos.

Qual o maior já registrado?

O maior corpo celeste que se encaixa nessa categoria é o Ceres, cujo diâmetro é de cerca de 950 km. Depois dele temos o Vesta, com cerca de 530 km de diâmetro e o Pallas, com cerca de 512 km. Vale lembrar que o Ceres já é categorizado como planeta anão.

Fontes: Starlust, Space, NinePlanets, IMPACTON

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Jaizon Carlos
Escrito por

Jaizon Carlos

Apaixonado por tecnologia e comunicação, sou formado em Letras - Inglês e trabalho como redator de blogs desde 2021. Tenho experiência em criar conteúdo para o público online e em transformar assuntos complexos em textos claros e acessíveis.