Novos estudos sobre o DNA surpreendem ao apresentar grupos pré-históricos desconhecidos, confira

Mariana Souza

27 de outubro de 2022

Em novo estudo feito com DNA, promovido pela universidade do Reino Unido, pesquisadores encontraram dois grupos humanos pré-históricos que migraram de forma distinta para a ilha no final da última era glacial.

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Imagem: Divulgação/Rhiannon Stevens/University College Londres

Imagem: Divulgação/Rhiannon Stevens/University College Londres

Novas descobertas foram feitas pelo DNA

Em uma pesquisa publicada pela Nature Ecology and Evolution, pesquisadores do Instituto de Arqueologia da University College London (UCL) ligados ao Museu de História Natural e de estudiosos do Instituto Francis Crick, revelaram pela primeira vez que a recolonização da Grã-Bretanha foi feita por dois grupos muito distintos, tanto culturalmente quanto em suas origens.

Os cientistas trouxeram evidências de DNA de um indivíduo, encontrado na caverna de Gough, em Somerset e também de outro indivíduo na caverna de Kendrick, em North Wales. Ambos viveram há mais de 13,5 mil anos.

Envolvendo análise por radiocarbono e também extração e sequenciamento do DNA, o estudo obteve informações genéticas importantes de alguns dos materiais esqueléticos mais antigos do Reino Unido.

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Esta sequência genômica (DNA), segundo os próprios pesquisadores, representa a época mais antiga da genética da Grã-Bretanha, mas não para por aí: o DNA e as proteínas antigas podem levar a história humana ainda mais longe.

Sequência de genoma indica outros tipos de migração

O estudo trouxe que o DNA contido no material esquelético encontrado na caverna de Gough morreu a cerca de 15 mil anos atrás, indicando que os ancestrais fizeram parte de uma primeira migração para o noroeste da Europa há 16 mil anos.

Porém, o exemplar encontrado na caverna Kendrick é de um período um pouco posterior, de 13,5 mil anos atrás e com ascendência de um grupo de caçadores-coletores que veio do ocidente.

Mateja Hajdinjak, coautor do estudo, disse:

“Encontrar os dois ancestrais tão próximos no tempo na Grã-Bretanha, com apenas um milênio de diferença, está aumentando a imagem emergente da Europa paleolítica, que é de uma mudança e população dinâmica”

Observaram que as migrações ocorreram após a última era glacial e aproximadamente dois terços da Grã-Bretanha estava coberta de gelo naquela época.

Com o aquecimento do clima, as geleiras começaram a derreter e novas mudanças ecológicas foram surgindo, nesse meio tempo, os seres humanos começaram a voltar para esta parte da Europa.

Ambos os indivíduos, além das origens diferentes, também tinham culturas diferentes.

Análises químicas provaram que o indivíduo de Kendrick comia mais alimentos marinhos, incluindo grandes mamíferos marinhos. Já o de Gough, comia mais herbívoros terrestres, como veados, gados selvagens e cavalos.

As práticas de enterro dos mortos também eram diferentes. Em Kendrick, ossos de animais foram encontrados na caverna como símbolo de sepultamento.

Já em Gough, encontraram modificações em ossos humanos, que os pesquisadores acreditam ser algum tipo de canibalismo ritualístico.

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