Risco online: redes sociais apontadas por causar a morte de estudante no Reino Unido; entenda o caso

Mariana Souza

30 de setembro de 2022

A morte trágica de uma estudante do Reino Unido levantou um apontamento sobre as redes sociais como fator de risco. Não é de hoje que falamos sobre cyberbullying, entre outras formas de prejudicar mentalmente os jovens tão envolvidos nos meios online, mas culpabilizar diretamente as redes sociais por isso ainda é novidade.

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Rede sociais podem ser nocivas Imagem: Reprodução/Pexels

Inquérito aponta redes sociais como fator para morte de estudante

A BBC publicou uma matéria sobre o inquérito da morte da estudante Molly Russel, que tinha apenas 14 anos na época.

O inquérito apontou que as mídias sociais foram um fator importante, já que foram encontrados conteúdos sensíveis sobre automutilação e suicídio em páginas de redes sociais como o Instagram e Pinterest, antes da morte de Russel em novembro de 2017.

O magistrado Andrew Walker, do North London Coroner’s Court, disse:

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“Os efeitos negativos do conteúdo online foram um fator em sua morte e tal conteúdo ‘não deveria estar disponível para uma criança ver'”.

O acontecimento levou a uma série de investigações e intervenções por parte de legisladores do Reino Unido, até chegando a convocar o CEO do Instagram, Adam Mosseri, para conversas com o então secretário de saúde, Matt Hancock.

Em 2019, a conversa foi realizada para discutir a forma que as redes sociais discutem suicídio.

O governo do Reino Unido também disse estar priorizando a segurança das crianças e as colocando no centro da legislação sobre moderação de conteúdo de redes sociais (conhecida como Online Safety Bill, que teve rascunho apresentado em 2021).

Governo intervindo para a proteção infantil

Além disso, um código de design também entrou em vigor para se adequar aos menores de idade – as plataformas foram obrigadas a aplicar as configurações de contas recomendadas para a segurança infantil.

O magistrado ainda afirmou:

“É provável que o material visto por Molly afetou sua saúde mental de maneira negativa e contribuiu para sua morte de maneira mais do que mínima. Não seria seguro deixar o suicídio como conclusão – ela morreu de um ato de automutilação enquanto sofria de depressão e dos efeitos negativos do conteúdo online.”

Ademais, ainda poderá ser feito um novo relatório de “prevenção de futuras mortes”.

Executivos da Meta (dona do Instagram) e do Pinterest foram intimados para testemunhar e uma psicóloga infantil também prestou depoimento.

O pai de Molly, Ian Russel, também prestou depoimento e afirmou que o conteúdo “gráfico e nocivo” parecia “normalizar” a automutilação e até o suicídio.

A Meta deu uma declaração dizendo:

“Nossos pensamentos estão com a família Russell e todos que foram afetados por esta morte trágica. Estamos comprometidos em garantir que o Instagram seja uma experiência positiva para todos, principalmente para os adolescentes, e consideraremos cuidadosamente o relatório completo do legista quando ele o fornecer. Continuaremos nosso trabalho com os principais especialistas independentes do mundo para ajudar a garantir que as mudanças que fazemos ofereçam a melhor proteção e suporte possíveis para os adolescentes.”

O Pinterest também se pronunciou afirmando que escutaram todas as declarações e que estão comprometidos com a segurança e a formulação de um espaço positivo. O governo do Reino Unido afirma que a segurança das crianças é a prioridade.

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