Sua voz pode ser totalmente diferente em Marte; entenda

Leandro Kovacs

27 de março de 2022

Cientistas estudam “velocidade do som” em Marte e descobrem que difere da Terra. Isso ocorre por divergências claras entre as atmosferas do planeta vizinho e o nosso. A conclusão já era prevista, mas os pesquisadores relatam experiência única e intrigante caso fossemos expostos a sons no planeta vermelho.

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Foto do planeta marte (Imagem: Planet Volumes/Unsplash)

Atmosfera marciana altera características do som (Imagem: Planet Volumes/Unsplash)

Experiência única seria experimentada ao escutar no planeta vermelho

As propriedades que envolvem o som, como percepção, velocidade e frequência não são absolutas no universo. Elas sofrem alteração conforme a pressão, densidade e temperatura do ambiente a qual a onda é emitida.

Por não ter uma atmosfera viável para humanos, a confirmação de tal situação seria muito complexa com dois “humanos” conversando sem o auxílio de nenhum equipamento para proteção ou suporte de comunicação.

Os dados que levaram a conclusão do estudo foram coletados através da “captação de sons no veículo ‘Perseverança’ da NASA”, conforme noticiado pelo The Sun.

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Segundo os dados oficiais da Agência aeroespacial norte-americana, expostos durante a 53ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária, foram identificados “sons agudos viajando mais rápido no ambiente marciano do que na Terra”. Fato esse que dificultaria a percepção do ouvido humano para algumas frequências comuns em nosso planeta.

O som reage de forma completamente diferente em Marte

Se um dia você pensou em ter uma conversa sob a crosta marciana tomando uma gelada, caso fosse possível, poderia ter a certeza de que a experiência não seria em nada parecida com a terrestre.

Segundo o relatório da NASA, pela atmosfera ser totalmente diferente da nossa, as ondas sonoras não seriam transmitidas da mesma forma. A “maior mudança para o áudio seria nos sons agudos”, que ficam quase imperceptíveis no ambiente marciano.

O veículo roverPerseverança” se utilizou de diversos sensores e microfones para captar com maior precisão a velocidade do vento em Marte, utilizando os dados para complementar o estudo. Uma das principais ferramentas foram disparos de laser, que forneceram um som cadenciado e facilmente marcável para a NASA.

Imagem tirada pelo rover Perseverança da NASA em solo marciano (Imagem: NASA/JPL-Caltech / Divulgação)

Através de microfones, sensores e laser o rover conseguiu coletar os dados necessários para o estudo (Imagem: NASA/JPL-Caltech / Divulgação)

Com dados em mãos, puderam confrontar os resultados marcianos com os que seriam coletados na repetição do experimento sendo feito na Terra. Segundo os cientistas, a velocidade aproximada do som na superfície de Marte é de 240 metros por segundo.

Como funciona o som?

O que chamamos “som” é uma vibração que afeta o seu entorno e tem características ou aspectos bem definidos (ponto de emissão, fonte de ruído, frequência), mas os resultados — ligados a percepção humana, velocidade de propagação, intensidade ou sequência de chegada — podem sofrer alterações em diferentes ambientes (meios). 

Dito isso, é bom lembrar que para o som se propagar ele precisa de um meio propício para tal, que podemos definir como mais comuns: a água, o ar, vidro ou metal.

A ausência de um meio, como o vácuo do espaço, por exemplo, impede o som de se propagar. Não existe ruído de explosão no espaço, por exemplo (a ficção científica é mais divertida). 

A possibilidade de qualquer categoria de “comunicação” na crosta marciana é diretamente ligada a presença de “ar”, atmosfera, que não precisa ter a exata constituição química da nossa, como é o caso de Marte. Agora, que tal testar como ficaria a sua voz em Marte na página da NASA.

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Leandro Kovacs
Escrito por

Leandro Kovacs

Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos. Desde então, atua como editor no Grupo Gridmidia.