Uber surpreende ao mudar discurso sobre futuro dos táxis; entenda

Hugo Cruz

21 de fevereiro de 2022

táxis são o futuro

Imagem: Divulgação

O diretor de mobilidade global da Uber, Andrew Macdonald, anunciou que os táxis são o futuro do aplicativo. O posicionamento surpreende, já que a empresa foi a responsável por tornar obsoletos o serviço de táxis em vários países, incluindo o Brasil.

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Ao que parece, o foco principal da empresa é ter os mais variados tipos de veículos do tipo listados no app até o ano de 2025. Essa seria uma ótima solução para alguns países, principalmente àqueles que necessitam de uma forte regulamentação. 

A afirmativa de Andrew parece muito irônica, se levarmos em consideração que a empresa teve prejuízo de US$ 496 milhões em 2021 justamente devido a entrada de táxis no aplicativo. Mas, em compensação, casos como o da Espanha – onde o contingente da companhia dobrou desde 2018 devido a incorporação de táxis em sua plataforma – devem ser um dos motivos pelo qual a empresa está se posicionando dessa maneira.

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Segundo Macdonald, em mercados distintos, como o do Japão, táxis se tornaram fundamentais para os usuários do app que podem pegar um Uber e acabam usando outros serviços como o Uber Eats.

Táxis podem ser a salvação do Uber?

As projeções da empresa mostram números positivos durante todo o ano de 2022. Nelson Chai, diretor-executivo de Finanças da Uber, divulgou estimativas de que o EBITDA (um dos indicadores financeiros usados para medir os resultados de uma empresa) será de US$ 5 bilhões até 2024.

A companhia também divulgou no último dia 9 de fevereiro um aumento de 67% no setor de corridas durante o ano passado, fazendo com que as ações subissem 6% após a divulgação dos números. As ações voltaram a cair, contudo, para os mesmos números um dia depois, já que as estatísticas da empresa estavam abaixo das esperadas pelos analistas da FactSet (esperava-se o montante de US$ 5,3 bilhões até 2024).

É fato que a empresa vem sofrendo com a pandemia, lutando para se manter acima da água. Ela vem em um processo de corte de gastos, tendo até que encerrar o serviço de delivery de restaurantes do Uber Eats do Brasil – saindo do mercado dominado pelo iFood, seu principal concorrente na categoria, e voltando sua atenção para o setor de compras de supermercado através da Cornershop.

Dois anos atrás, a empresa também chegou a vender sua divisão de carros autônomos. O aplicativo também vem expandindo seus horizontes em todas as direções, passando a entregar eletrônicos, cosméticos e até itens de pet shop, enquanto forma parcerias com empresas como a Apple, Adidas e Sephora.

*Com colaboração de Henrique Brinco

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Hugo Cruz

Redator Profissional, Comunicador Social e especialista em Produção de Conteúdo Web. Formado em Letras - Inglês e Administração. CEO da Agência Digital Comunicalize.