YouTube Shorts passa a investir pesado nos criadores para enfrentar TikTok

Leandro Kovacs

2 de fevereiro de 2023

Que o TikTok está fazendo grande sucesso, já não é mais novidade para ninguém. Porém, o que vem movimentando o mercado é a tentativa forte e marcante das concorrentes tentando retomar o espaço perdido. O YouTube Shorts está investindo pesado.

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YouTube copia mais uma ferramenta do TikTok e começa a disponibilizar compras em sua plataforma

YouTube Shorts passa a investir pesado nos criadores para enfrentar TikTok (Imagem: Reprodução / YouTube)

Como dito acima, encabeçando a lista dos grandes concorrentes está o produto Google (YouTube Shorts) que desde ontem (1), vem aplicando um nível de investimento surpreendente nos criadores de conteúdos tentando atrair novos participantes. Parte dos lucros obtidos pela empresa nas propagandas será compartilhada com os usuários da versão de vídeos curtos na plataforma.

O que mudou?

A mudança principal é de valores e fonte de receita. A partir de agora, os produtores de vídeos no YouTube Shorts ficarão com 45% do dinheiro vindo dos anúncios. Antes da decisão do Google, os criadores recebiam um valor pré-determinado para cada pacote de mil visualizações (cerca de US$ 0,04).

A fonte dos recursos no modelo antigo era um fundo milionário do YouTube e de parcerias com patrocinadores. Esse modelo antigo já superava em valores o TikTok, cujo hábito é ofertar apenas US$ 0,03 no milhar de visualizações. Porém, não se aproximam em nada do pago para os vídeos longos do YouTube.

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Qual é a real intenção do YouTube Shorts?

Basicamente, o YouTube quer vender uma ideia para os criadores. Ela seria uma comparação direta com a concorrente TikTok, afirmando que sua plataforma (YouTube Shorts) é mais versátil que a chinesa e o Instagram.

Seria a união de formatos em um mesmo lugar, tendo uma chance maior de lucrar com ambos, não esquecendo do valor pago para os vídeos longos do YouTube mais conhecido (muito superior e com divisão de 55% da receita publicitária para os criadores). Uma ótima porta de entrada para os especializados em vídeos curtos, que na mesma plataforma teriam a experiência de produzir material mais longo.

Apesar de ter opiniões diversas sobre grupos de criadores de conteúdos, boa parte considera o YouTube Shorts como uma alternativa na linha de vídeos curtos. A impressão pode melhorar ainda mais devido à nova iniciativa de pagamentos em conjunto com a potência da plataforma no formato mais consolidado com os vídeos longos.

Calma, não é para todo mundo

Não basta querer ou já ser um produtor de conteúdos na plataforma YouTube para estar apto a ingressar neste novo cenário. Assim como o TikTok, o YouTube Shorts impõe algumas regras e requisitos mínimos para a ativação do programa de remuneração.

O usuário precisa ter, pelo menos, mais de mil inscritos para pensar em qualquer vantagem. Outro ponto é ser um “veterano” na produção de conteúdo em formato longo dentro da plataforma (mais de 4 mil horas de conteúdo). Também existe um caminho pelo Shorts, onde é solicitado o total de 10 milhões de visualizações no seu material de formato curto.

Isso é muito mais “democrático” que o TikTok. Com is chineses, as exigências para alcançar a divisão de receita publicitária são absurdamente grandes. Um vídeo específico precisa compor a fatia dos 4% mais vistos entre produções de criadores que possuem uma base mínima de 100 mil seguidores. Quem não está no seleto grupo, acaba amargando outras formas de monetização muito menos interessantes.

Analisando por esse prisma, a iniciativa do Google através do YouTube Shorts tem um potencial de grande “agressão” ao modelo de negócios do TikTok, mas será que os chineses vão se importar com isso?

Com informação: The Verge, Forbes.

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Leandro Kovacs
Escrito por

Leandro Kovacs

Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos. Desde então, atua como editor no Grupo Gridmidia.