Fotografia espacial: saiba um pouco mais sobre a estética e o modo de transformar imagens

Mariana Souza

11 de outubro de 2022

Sabe essas fotografias lindas feitas por telescópios como o James Webb da NASA? Saibam que elas passam por um “tratamento” de dados importantes antes de serem visualizadas por nós.

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Nebulosa Carina. (Imagem: divulgação/NASA)

Nebulosa Carina. (Imagem: divulgação/NASA)

Estética das fotografias espaciais

Alysson Pagan é uma das desenvolvedoras de imagens científicas do Space Telescope Science Institute (Instituto de Ciências de Telescópios Espaciais) e é uma das responsáveis pelo processamento dessas fotos que “traduzem” a captação dos dados feitos pelo James Webb para algo muito mais que visível, e lindo.

Na verdade, Pagan chama todo o processo de “colaboração” entre os dados, estética construída ao longo dos anos e estudos, além de algo muito pessoal: sua própria subjetividade.

O James Webb usa a tecnologia infravermelha para captar as imagens, entretanto, os seres humanos não conseguem visualizar este tipo de foto. Por isso os pesquisadores precisam traduzir esses dados e transformá-los em fotografias.

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Muitas das imagens são coloridas de acordo com um princípio chamado de “ordenação cromática”, isso quer dizer que comprimentos de ondas mais curtos, como o oxigênio, são “traduzidos” para comprimentos de ondas também curtos, caso da cor azul.

Os sobrepostos dos comprimentos de onda e cores faz com que as imagens fiquem coloridas.

Isso quer dizer que, com o conhecimento certo, cientistas e até mesmo pessoas leigas que se interessam pelo assunto, podem transformar as imagens em um mapa.

Questão de (bom) gosto

Após colocar as imagens nas escalas de ordens cromáticas corretas, Pagan afirma que gosta de dar um toque especial.

“Eu particularmente gosto de fazer as coisas parecerem mais etéreas e mágicas. Há um capricho na minha abordagem – porque é o espaço!”

A cientista pode modificar toda a paleta para cima ou para baixo, exemplo: azuis podem ficar mais violetas e vice-versa. Isso aumenta o contraste das cores.

Procura-se uma resposta não só racional em relação às fotografias, mas emocional também.

Estudos como o da pesquisadora da cultura visual, Dra. Elizabeth Kessler, no livro Picturing the Cosmos (Imaginando o Cosmos), traz como a equipe do telescópio Hubble tentaram tornar compreensível o nosso vasto universo relacionando-o com as imagens.

Existem decisões que são pela escolha do ser humano e em qual enfoque a imagem terá.

A intenção dos estudiosos como Pagan é tornar as imagens “digeríveis” e mais próximas da nossa realidade, mantendo a magia por algo tão belo.

Além disso, existem as diferenças de captação nos próprios telescópios e que os pesquisadores têm de atentar para transformar as imagens captadas nas mais “reais” possíveis.

Fato é que sem a intervenção do olhar humano e do cuidado subjetivo, nenhuma galáxia seria tão linda.

Com informações: The Verge.

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