Google está em alerta vermelho com inteligência artificial que pode destruir seu negócio

Leandro Kovacs

26 de dezembro de 2022

A Inteligência Artificial vem tomando maiores proporções no mercado a cada dia. Seja pela capacidade de produção, facilidade de uso ou substituição de funções. O que antes era preocupação e motivo de protestos por parte de artistas sendo covardemente substituídos pela IA, agora toma outra proporção quando a gigante dos anúncios Google sente-se ameaçada por essa tecnologia, mas será que é exagero?

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Google Pay e Google Wallet

Imagem: Reprodução/Pixabay

Na semana passada, foram publicados diversos artigos sobre esse alerta vermelho em que a Google entrou ao se ver ameaçada pela inteligência artificial ChatGPT. O principal problema não está com a inteligência artificial em si, mas como ela ataca o modelo de negócios do Google.

Como a Google trabalha e gera receita

Hoje, a empresa atua em diversos segmentos, oferecendo uma gama imensa de produtos aos consumidores, desde sistemas operacionais, hardware, gadgets, etc. Porém, você sabe de fato qual é a base de trabalho da Google que a fez chegar no patamar atual?

Ela é uma empresa de dados e informações, seu objetivo é absorver, identificar, classificar e devolver dados que estão inseridos na internet. Por esse motivo, a empresa é o maior motor de busca do momento, lembre-se do famoso “pergunta pro Google”.

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Acontece que, ao retornar dados de uma pesquisa feita no motor de buscas, a empresa expõe ao usuário anúncios com maior tendência de serem convertidos em ações. Os famosos Ads são pagos e para inseri-los, os anunciantes pagam para tal ação publicitária. Essa é a maior fonte (80%) de receita da empresa.

O que o ChatGPT tem a ver com isso?

A forma de trabalho do ChatGPT de forma automatizada coloca em risco todo o modelo de negócios do Google. Isso porque ele oferece uma comunicação fluida, entre um ser humano e uma máquina, com um imenso banco de dados, dando as mais diversas respostas, ensinando coisas, passo a passo, mas em um ambiente “fechado” sem a exposição a anúncios (que muitos consideram invasivos).

Pense bem, você iria preferir continuar fornecendo seus dados e informações ao Google para receber cada vez mais anúncios por simplesmente fazer uma pesquisa, ou escolheria uma ferramenta que fizesse tudo isso sem ficar te “perturbando” com diversos anúncios manipulando seu comportamento de compra?

A preocupação do Google está exatamente na possibilidade da tecnologia de IA como a do ChatGPT criar um “caminho de escape” do seu círculo vicioso de captação de dados e entrega de informações com publicidade diluída.

Mas a IA, trabalha de uma forma diferente, ela não acessa conteúdos publicados na internet, se tornando mais limitada. Inclusive, ela se coloca como uma ferramenta de auxílio, como ilustrado abaixo com a própria resposta do ChatGPT. Apesar disso, a simples possibilidade fez o Google considerar ações de resposta.

Pergunta ao ChatGPT sobre suas intenções em relação ao Google (Imagem - OpenAI/Reprodução)

Pergunta ao ChatGPT sobre suas intenções em relação ao Google (Imagem – OpenAI/Reprodução)

O alerta vermelho da Google contra o ChatGPT

Ao constatar esta situação complexa em que estava entrando, rapidamente o Google tomou medidas estratégicas para contornar a ameaça direta da IA em seu mecanismo de buscas.

A popularidade do ChatGPT, criado pela OpenAI, cresceu assustadoramente nas últimas semanas, mas apesar da preocupação, o Google é mais comedido ao tentar lançar algo parecido (tem uma reputação maior a zelar do que startups).

Segundo o New York Times, o alerta dado pelo CEO da Google, Sundar Pichai, foi de observação direta a questão, visando os próximos passos, sejam de defesa ou resposta direta à ameaça. No alerta, o CEO:

“…alterou o trabalho de vários grupos dentro da empresa para responder à ameaça que o ChatGPT representa.”

Porém, o alerta vermelho não remonta apenas uma ação passiva de defesa por parte da empresa. O Google realocou diversos funcionários para otimizar também os seus projetos de IA, tornando-os aptos ao mercado quanto antes.

“De agora até uma grande conferência que deve ser organizada pelo Google em maio, as equipes de pesquisa, Confiança e Segurança do Google e outros departamentos foram realocadas para ajudar a desenvolver e lançar novos protótipos e produtos de IA.”

Agora, já sabemos um pouco mais sobre a tal “ameaça” da nova tecnologia aos negócios do Google. Vamos tentar entender o que é o ChatGPT de fato.

O que é e como funciona o ChatGPT

Não pretendemos explicar tudo aqui, vamos apenas dar um resumo geral do trabalho que essa ferramenta de inteligência artificial faz. Como já havia mencionado acima, o ChatGPT é uma ferramenta de processamento de linguagem natural, ou seja, ela compreende tudo o que você pergunta em texto, suas mensagens como se fossem uma conversa com outro humano, tudo isso impulsionado pela tecnologia de IA que permite a troca de mensagens de qualidade superior, mesmo se tratando de um chatbot.

Qual sua principal diferença para um mecanismo de pesquisa?

O objetivo do ChatGPT é manter uma conversa com o usuário final, alimentado diretamente pelo banco de dados inserido nele, ou utilizando mais informações que ele capta com as diversas interações feitas com outros humanos (machine learning).

Um mecanismo de pesquisa, como o Google, indexa páginas da Web da Internet para ajudar o usuário a encontrar as informações solicitadas.

O ChatGPT não consegue pesquisar dados e páginas na internet. Ele usa apenas as informações que aprendeu em seu treinamento e interação com humanos para gerar uma resposta. Essa condição deixa espaço para erros em um curto prazo. A expectativa desse tipo de IA é que ao passar do tempo ela se torne mais precisa em suas respostas.

Com informação: NYT, 9to5google, CNBC, Business Insider, CNET, ZDNET.

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Leandro Kovacs
Escrito por

Leandro Kovacs

Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos. Desde então, atua como editor no Grupo Gridmidia.