LinkedIn altera diretriz mundial após acusação de racismo no Brasil

Hugo Cruz

31 de março de 2022

Após ser procurado pelo Procon-SP, o LinkedIn alterou sua política interna de anúncios. A partir de agora, a rede social voltada para o âmbito profissional passará a aceitar anúncio de empregos que deem preferência por características como gênero, raça, etnia e idade, entre outras.

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LinkedIn altera política de anúncios e passa a aceitar anúncios para grupos historicamente desfavorecidos (Imagem: Pixabay)

O caso ocorreu após, na semana passada, a plataforma ter derrubado um anúncio onde era especificado que a vaga dava prioridade para candidatos negros e indígenas. A empresa se justificou dizendo que “preferências ou requisitos relacionados a características individuais” não devem ser especificadas.

O Ministério Público Federal, que também pressionou a empresa sobre o caso, disse que a medida ia totalmente contra os esforços para inclusão de grupos historicamente prejudicados no Brasil. 

No âmbito público, é obrigação constitucional do Estado promover as ações afirmativas, como as cotas nas universidades públicas. Já no setor privado, não há obrigatoriedade, mas é cada vez maior o número de empresas que adotam medidas inclusivas”, disse a procuradoria em nota divulgada na semana passada.

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LinkedIn altera política de anúncios

Pelo que foi dito, a rede social decidiu fazer as mudanças após receber questionamentos de diversas partes, inclusive pessoas físicas, sobre o assunto, atualizando a política global para criação de anúncio de vagas.

Agora, ao divulgar uma posição, o anunciante poderá deixar claro a preferência por candidatos pertencentes a grupos “historicamente desfavorecidos na contratação em países onde esta prática é considerada legal”.

No Brasil, agora são permitidas vagas afirmativas, inclusive para pessoas negras e indígenas. Agradecemos o feedback que recebemos da nossa comunidade no Brasil. Fazer a coisa certa é importante e estamos comprometidos em continuar aprendendo e melhorando”, diz a empresa em seu comunicado.

Posicionamento de outras empresas sobre o caso

A Natura, fabricante de cosméticos, comemorou a decisão do LinkedIn. “No Brasil, agora são permitidas vagas afirmativas, inclusive para pessoas negras e indígenas. Agradecemos o feedback que recebemos da nossa comunidade no Brasil. Fazer a coisa certa é importante e estamos comprometidos em continuar aprendendo e melhorando, diz comunicado da empresa.

Além disso, dando um posicionamento em conjunto, o iFood, o NuBank e a Magazine Luiza lançaram uma nota na própria plataforma onde disseram: “Recebemos com muita satisfação o posicionamento do LinkedIn sobre a atualização de sua política global de anúncios de empregos, de forma a permitir a divulgação de vagas afirmativas de acordo com a legislação vigente de cada país”.

A ação é um passo em direção a mobilização para o tema e é de extrema importância que o LinkedIn tenha se conscientizado sobre a necessidade da alteração de suas políticas, principalmente no Brasil, que tem um histórico sofrido de desigualdade.

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Hugo Cruz

Redator Profissional, Comunicador Social e especialista em Produção de Conteúdo Web. Formado em Letras - Inglês e Administração. CEO da Agência Digital Comunicalize.