“Meta Slave”: Projeto NFT é renomeado após acusações de racismo

Hugo Cruz

7 de fevereiro de 2022

Projeto NFT racista

Imagem: Divulgação/Meta Slave/Open Sea

Em 2021, as NFTs foram responsáveis por movimentar uma quantia incrível de dinheiro e devido à sua explosão vários artistas entraram de cabeça nessa onda.

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De desenhos simples feitos em formato pixelado, até criações dignas de museu de artes, é possível ver, comprar e vender de tudo quando se trata de tokens não-fungíveis  – até coleções de gosto duvidoso e até mesmo consideradas racista.

Por conta de ser um espaço tão aberto e criativo, à medida que o mercado foi se expandido houve também uma explosão no número de coleções criminosas – como NFTs retratando George Floyd chamadas “Floydies” e até a coleção que tem como tema o infame Adolf Hitler.

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O assunto da vez, entretanto, é o projeto da coleção de NFTs chamado de “Meta Slave”, que apresentava imagens de pessoas negras. O projeto acabou tendo que mudar de nome após péssima recepção do público devido ao seu conteúdo.

Projeto Meta Slave foi extremamente mal recepcionado

O projeto em si sofreu uma retaliação enorme do público, mas mesmo assim não foi encerrado. Seus desenvolvedores decidiram, então, apenas renomeá-lo – sugerindo que agora o nome ficaria mais em linha com o propósito de apresentar, além de negros, representativos de outras etnias.

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Quando foi removida do OpenSea, a coleção continha 1.865 NFTs fazendo referência ao ano em que a Constituição foi alterada para abolir a escravidão. As peças da coleção eram únicas e representavam rostos de pessoas negras, custando em torno de 0,01 ETH cada. A internet interpretou como sendo um mercado de escravos digitais. Tudo ficou ainda pior com um tweet do projeto.

“Ao criar nosso projeto, queríamos mostrar que todos são escravos de algo. Escravo dos desejos, do trabalho, do dinheiro, etc. (…) Haverá outras coleções no futuro: branca, asiática, etc”, escreveram.

Tanto a conta no Twitter, quanto a no Instagram, foram desativadas. Após a repercussão, os responsáveis pelo projeto passaram a oferecer desculpas incompletas e renomear a colegação para “Meta Humans”, agora incluindo rostos de outras origens étnicas.

A coleção teria sido criada por alguém chamado “Unipic”, que inicialmente alegou apoiar o Black Lives Matter e chegou até a homenagear George Floyd

“Olá! Temos o prazer de informar que lançamos as primeiras vendas do NFT META SLAVE. […] Este projeto foi inspirado no Black Lives Matter e também em homenagem a George Floyd.”, diz o primeiro tweet do projeto em 25 de janeiro, capturado no Wayback Machine.

Logo depois, contudo os posts passaram a apontar para um raciocínio diferente.

“Com este projeto, queremos mostrar a todos que nunca esqueceremos as vítimas e o sofrimento de nossos ancestrais, devemos lembrar da história para que não aconteça novamente”, escreveram.

Daí em diante, os criadores começaram a listar as NFTs legendadas com títulos como “Trabalho Duro”, “Sorria através da dor”, “Mergulhe”, “Sangue dinheiro” e “Destino desconhecido”, chegando a propagar a lógica de que “todo mundo é escravo de alguma coisa”. Eles pediram desculpas.

“Pedimos desculpas àqueles que se ofenderam com nosso projeto, mas estamos aqui apenas com boas intenções. Paz a todos”, postaram.

O projeto não é muito bem sucedido, vendendo, até agora, apenas 4 NFTs para 2 endereços, acumulando o total de 0,04 ETH, ou US$ 117. Em seu Discord, ele tem apenas cinco membros.

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Hugo Cruz

Redator Profissional, Comunicador Social e especialista em Produção de Conteúdo Web. Formado em Letras - Inglês e Administração. CEO da Agência Digital Comunicalize.