Adolescente é condenado a 5 anos de prisão por jogar Minecraft; entenda

Cecilia Parente

15 de fevereiro de 2022

Um adolescente de 16 anos foi condenado a cinco anos de prisão por jogar Minecraft, na Rússia. O tribunal da Sibéria considerou que o jovem estava planejando um atentado terrorista. 

publicidade

Três jovens foram presos em junho de 2020 por pendurar panfletos políticos no escritório local do Serviço Federal de Segurança (FSB) que incluíam slogans como “o FSB é o principal terrorista” e apoio a Azat Miftakhov (um anarquista que foi condenado a seis anos de prisão).

Minecraft: adolescente é condenado a 5 anos de prisão

Imagem: Divulgação

Todos os três suspeitos tinham 14 anos no momento da prisão. Após suas prisões, o FSB vasculhou os telefones dos adolescentes, onde descobriram vídeos deles fazendo pirotecnia e supostamente jogando coquetéis molotov em uma parede – bem como um plano para explodir um prédio virtual do FSB no Minecraft.

“Os suspeitos são culpados de ser submetidos a treinamento com o objetivo de realizar atividades terroristas”, declarou o tribunal.

publicidade

Segundo familiares, ex-professores e advogados, os três são adolescentes “normais” e “como outras crianças”. Sobre os vídeos encontrados, a mãe de um deles se pronunciou.

“Eu sempre soube onde ele estava, até quando eles estavam fazendo essas bombas. Mas era uma pegadinha pequena e infantil, uma bomba de crianças,” explicou ela.

Leia também: Funcionários da Twitch são presos por crime grave e plataforma corre risco

Audiência a portas fechadas

Os adolescentes inicialmente enfrentaram acusações mais severas de “participar de uma organização terrorista”, mas foram retiradas devido à falta de provas.

Em sua declaração final no julgamento de 9 de fevereiro, um deles reiterou seus comentários anteriores rejeitando as acusações e acrescentou que, se for preso, “cumprirá a sentença com consciência limpa e dignidade”.

O adolescente que recebeu a pena de cinco anos de prisão pelos planos de destruir o prédio no Minecraft se chama Nikita Uvarov, e ele se declarou inocente.

“Eu não sou um terrorista. Eu não sou culpado. Eu só gostaria de terminar meus estudos, receber uma educação e ir para algum lugar muito longe daqui, um lugar onde eu não vou irritar ninguém dos serviços especiais.”

Ele ainda adicionou: “Eu tinha o desejo de aprender algo novo, eu gostava de aprender algo sobre física, química, biologia, sobre vários cientistas famosos; eu também assistia programas científicos e educacionais.”

Uvarov continuou seu discurso sobre como o governo oprime os direitos de civis:

“Foi doloroso para mim ver como meu país oprime pessoas, ativistas de direitos civis, que querem o melhor para o país e defendem seu bem-estar. Agora, infelizmente, estou experimentando o despotismo dos colaboradores injustos do sistema”, disse Uvarov.

Leia também: Hacker do Nintendo Switch paga multa gigantesca e vai parar na cadeia

Jovens apoiaram ativista anarquista em 2020

Em 2020 os jovens, com 14 anos na época, haviam sido detidos por espalharem panfletos em apoio a Azat Miftakhov, um ativista anarquista que praticava vandalismo na cidade de Moscou.

Por terem apenas 14 anos, eles não chegaram a ser presos, mas ficaram marcados como possíveis ameaças aos olhos do governo russo.

Dois deles se declararam culpados das acusações e foram posteriormente colocados em prisão domiciliar.

O outro negou sua culpa e foi colocado em um centro de detenção pré-julgamento, onde afirma ter sido submetido a pressão mental e física para confessar sua culpa. 

Leia também: Dois bilhões de pessoas estarão no metaverso até 2026

O que você achou? Siga @bitmagazineoficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui

Jogos recomendados

Cecilia Parente
Escrito por

Cecilia Parente

Redatora, Especialista em Produção de Conteúdo para a Web com formação em Webdesign e Marketing Digital. Estudante de Programação Back-End, Entusiasta de Tecnologia e redatora na BitMagazine trazendo as últimas notícias e informações sobre o mundo tecnológico.