Proteção limitada: Facebook gera dúvidas sobre segurança ao entregar conversas privadas

Mariana Souza

11 de agosto de 2022

Em documentos judiciais obtidos, o Facebook apresentou conversas privadas de uma adolescente com sua mãe sobre aborto à polícia.

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Meta consegue reprimir ciberespionagem feita através do Facebook

Imagim: Reprodução/Pexels

Sim, eles sabem de tudo

Uma jovem de 17 anos está sendo investigada pela polícia de Nebraska, nos Estados Unidos, por conta de medidas contraceptivas e um aparente aborto medicamentoso feito em casa com a ajuda da mãe.

O caso se baseia em evidências de mensagens privadas da adolescente no Facebook, obtidas diretamente da plataforma por ordem judicial, que supostamente comprovam que mãe e filha estariam envolvidas no ato.

Ambas teriam comprado medicamentos online, tais quais induziriam o aborto e logo após o processo, fizeram o descarte do feto.

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Embora os documentos obtidos pela Vice, aleguem que o aborto ocorreu antes que a Suprema Corte tivesse feito mudanças na jurisprudência e, mesmo assim, as envolvidas teriam que enfrentar a justiça americana.

Além do que, esse tipo de informações entregues pelo Facebook pode não se limitar a ele. As empresas de tecnologia serão forçadas pela “aplicação da lei” para romper a privacidade e assim conseguir processar casos como este.

A jovem de 17 anos teria comprado o medicamento para interrupção da gravidez junto de sua mãe e estava com 28 semanas de gravidez.

O Facebook registrou um suposto contato entre elas com outro jovem de 22 anos, via DM na plataforma. A conversa girava em torno de como proceder com o feto morto após o procedimento do aborto.

Exigência de dados privados e vigilância digital

É uma questão a se pensar, pois a plataforma garante a proteção dos dados do usuário. Porém, em junho deste ano, o Estado apresentou um mandado de busca à Meta (dona do Facebook), exigindo todos os dados privados – incluindo DMs – que a empresa tinha das envolvidas.

Ben McBride, um detetive da Divisão de Polícia de Norfolk, Nebraska, estava investigando o suposto aborto e ouviu que a jovem tinha tido um “aborto inesperado” e resolveu ir atrás.

Entretanto, especialistas em privacidade digital levantaram temores de que as comunicações digitais das pessoas, dados de localização, informações de rastreamento ou outros dados privados sejam usados ​​contra eles para criminalizar o aborto.

Vale lembrar que, apesar de a lei Roe vs Wade ter sido revogada, ainda há estados nos EUA com o aborto legalizado até as 28 semanas.

Em comunicado, porta-voz da Meta disse: “Nada nos mandados válidos que recebemos das autoridades locais no início de junho, antes da decisão da Suprema Corte, mencionava o aborto.”

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