Extraterrestres: como a ciência investiga a existência de vida fora da Terra?

Jaizon Carlos

8 de fevereiro de 2023

Em apenas alguns anos, vimos diversas novidades relacionadas à exploração do espaço, impulsionadas por inovações tecnológicas e investimentos do mercado privado e público. Hoje, na sua busca incansável pela vida além da Terra, a humanidade já consegue investigar planetas até em outras galáxias. Mas será mesmo que essa busca por extraterrestres vai dar em algo?

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Extraterrestres: como a ciência investiga a existência de vida fora da Terra? - Imagem: Brian McMahon on Unsplash

Extraterrestres: como a ciência investiga a existência de vida fora da Terra? – Imagem: Brian McMahon on Unsplash

O que sabemos sobre os extraterrestres e a vida fora da Terra segundo a Ciência?

Existem ou não extraterrestres vivendo em outras partes do universo? Esta é uma das questões mais complexas que a ciência se propõe a responder.  Ainda não temos uma resposta definitiva para esta questão e pode ser que se passem anos, décadas e até centenas de anos antes que possamos conseguir uma.

Mas os cálculos feitos pelos cientistas apontam para uma probabilidade imensa da existência de seres vivos fora do nosso planeta. Assim explicou o linguista computacional da Universidade de St Andrews, John Elliott, em entrevista ao The Guardian. Ele é um dos responsáveis por preparar a Terra para um possível primeiro contato com seres extraterrestres inteligentes.

Hoje a NASA já está de olho em mais de 5 mil exoplanetas — planetas que orbitam outras estrelas — e mostra entusiasmo em suas buscas. Mas no campo da astrobiologia, ciência que estuda a existência de vida fora do nosso sistema solar, o senso comum é de que caso encontremos uma raça alienígena, ela vai ser muito diferente de como imaginamos.

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A teoria é de que, devido às condições do ambiente onde se desenvolveram, eles provavelmente terão traços que nós nem podemos imaginar. Até sua percepção do mundo, tempo e espaço pode ser imensamente diferente da nossa, sem contar as tecnologias que desenvolveram.

Como a ciência investiga a possibilidade de vida em um planeta?

Mas um passo de cada vez. Antes de sair criando hipóteses por aí, a humanidade precisa primeiro encontrar um planeta onde possa existir vida. Esse é um passo importante para o SETI, sigla em inglês para “Busca por Inteligência Extraterrestre”. Esse campo de pesquisa visa encontrar evidências de vida extraterrestre inteligente e estabelecer comunicação com ela.

Com essa finalidade, diversas agências espaciais utilizam tecnologias avançadas como o James Webb, o telescópio mais caro e poderoso já criado, tendo sido lançado no final de 2021, para examinar “de perto” a composição de inúmeros corpos celestes e outros objetos no espaço (incluindo até meteoros).

A composição atmosférica do exoplaneta gigante de gás quente WASP-39 b foi revelada pelo Telescópio Espacial James Webb da - Imagem: Reprodução / NASA

A composição atmosférica do exoplaneta gigante de gás quente WASP-39 b foi revelada pelo Telescópio Espacial James Webb da – Imagem: Reprodução / NASA

Analisando o espectro de luz emitido por eles, é possível descobrir os elementos presentes na atmosfera de um planeta, assim como sua composição química. Os cientistas então usam esses dados para determinar se aquele local pode ser habitável — contém os elementos necessários para abrigar a vida como a conhecemos.

Além do Webb, outro telescópio que ficou famoso em suas aventuras foi o Kepler. Lançado em 2009, ele operou até o ano de 2018 e foi responsável pela descoberta de mais de 2,6 mil exoplanetas, vários dos quais têm uma alta probabilidade de abrigar vida.

Também não podemos esquecer do Hubble, o antecessor do James Webb, que operou por mais de 30 anos fazendo descobertas que mudaram a maneira do ser humano pensar o espaço.

O fato de um planeta ser habitável para humanos aumenta a chance de vida extraterrestre?

Além de demonstrar a presença de moléculas de águas e outros componentes como carbono, para um planeta ser considerado “habitável para humanos” ele precisa se encontrar na zona “Cachinhos Dourados” (“Goldilocks zone” em inglês).

Também chamada de “zona habitável”, esse é o ponto em um sistema solar onde o planeta não fica nem tão frio, nem tão quente, possibilitando que exista água em estado líquido, o que pode resultar em vida.

planetas

Mas é claro que só estar na zona habitável não garante que um planeta seja habitável. Existem muitos outros fatores a se considerar, como massa total do planeta, gravidade e atmosfera. Por outro lado, pode ser que a vida nesses planetas se desenvolva de uma forma completamente diferente da que encontramos por aqui.

A própria NASA cita como exemplo os extremófilos, microorganismos que, diferente da maior parte dos seres vivos do planeta, se desenvolvem em ambientes improváveis. Por improváveis quero dizer lugares que matariam qualquer outro ser vivo — com temperaturas extremas, composições químicas diferentes, entre outras coisas.

A vida extraterrestre é muito além dos homens verdes do cinema

Considerando essa possível diferença entre os organismos, cientistas e aficionados por exploração espacial continuam a debater sobre como a vida alienígena realmente se parece, principalmente no que diz respeito à vida inteligente.

Diferente da imagem pintada pelos cinemas — homenzinhos verdes com cabeça e olhos grandes e pés e mãos semelhantes aos nossos — as teorias dizem que o modelo de vida que podemos encontrar em outros planetas pode não ter nada a ver com os encontrados na Terra.

Os seres vivos passaram por milhares de anos de evolução, se adequando ao máximo ao ambiente no qual convivem. Se essa adaptação natural da vida se replicar em um planeta com condições diferentes, é impossível imaginar o modelo de vida inteligente que vai surgir lá.

O professor e pesquisador Bernard Bates cita como exemplo os polvos. Criaturas completamente diferentes de nós (animais terrestres), mas extremamente inteligentes, que se desenvolveram em um ambiente que também não tem nada a ver com o nosso.

Mas ele complementa dizendo que mesmo que não fossem completamente humanoides, espécies inteligentes precisam de algumas características para avançar tecnologicamente, como dedos, ou algo parecido, que lhes permitam manusear objetos com precisão.

Outros cientistas chegam ao extremo, apontando que podemos encontrar extraterrestres com formas de vida tão diferentes das que conhecemos que não seremos nem capazes de identificá-las como “vida”.

Do que são feitos os exoplanetas?

Exoplanetas são compostos de elementos comuns, encontrados nos planetas do nosso sistema solar, mas a mistura desses elementos pode ser diferente. Alguns planetas podem ser dominados por água ou gelo, enquanto outros são dominados por ferro ou carbono.

Além da análise de luz, quais outras tecnologias os cientistas usam para procurar extraterrestres?

Os cientistas também usam o radiotelescópio para tentar interceptar sinais radiofônicos que possam ter sido transmitidos por formas de vida extraterrestre.

Fontes: The Guardian, NASA 1, 2, Popular Mechanics

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Jaizon Carlos
Escrito por

Jaizon Carlos

Apaixonado por tecnologia e comunicação, sou formado em Letras - Inglês e trabalho como redator de blogs desde 2021. Tenho experiência em criar conteúdo para o público online e em transformar assuntos complexos em textos claros e acessíveis.