O dilema da Meta: utilizar a criptografia completa te protege, mas facilita para criminosos

Mariana Souza

23 de agosto de 2022

Meta entra em uma nova tensão política por conta das suas questões de segurança – agora, envolvendo o messenger.

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Monitoramento de dados. (Imagem: Josh Sorenson/Pexels)

Meta poderia “trair” confiança, mas de quem?

A Meta decidiu implementar uma nova tecnologia de criptografia avançada, principalmente no Facebook e derivados – caso do Messenger.

A tecnologia usada seria a criptografia de ponta a ponta (E2EE) na plataforma de bate-papo.

Uma declaração da secretária do Interior do Reino Unido, Priti Patel, afirma para o jornal The Telegraph que seria uma “traição grotesca” se a empresa não considerasse questões de segurança infantil ao introduzir o E2EE.

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Há algum tempo a Meta vem sendo questionada sobre questões de segurança, tanto da forma como validam ou não validam ordens judiciais – e também o que visa a proteção ao usuário.

São anos tentando firmar o uso do E2EE pela Meta, e a empresa pretende criptografar todos os bate-papos e chamadas na plataforma por padrão em 2023.

Um exemplo de plataforma que já possui a tecnologia em duas etapas também é um app da Meta muito conhecido: o WhatsApp.

Nos Estados Unidos, esses argumentos foram intensificados pelo potencial de a polícia emitir mandados de busca para chats de usuários, para investigar ações individuais envolvendo abortos, após a derrubada da ementa Roe vs. Wade.

Não é a primeira vez que o governo do Reino Unido está tentando fazer com que plataformas “abram exceções” para a coleta de dados de usuários.

Isso já está em curso há um tempo e o próprio WhatsApp disse que não irá abrir exceção, justamente por ser uma empresa mundial.

Os argumentos feitos pelos governantes britânicos sobre criptografia, tendem a se concentrar na segurança infantil e na disseminação de material de abuso sexual infantil (o que é louvável).

Contra o abuso aos menores de idade

Segundo Patel, são pelas redes sociais como o Facebook onde os predadores sexuais encontram crianças e afirmou que:

“É vital que a polícia tenha acesso às informações necessárias para identificar as crianças nessas imagens e protegê-las de predadores vis”.

Os especialistas estão pensando em uma forma que não coloque a segurança do usuário à prova. Até o Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido (NCSC), que argumenta a favor da “varredura do lado do cliente” está envolvido.

A Apple também planeja introduzir uma maneira de proteger os usuários, mas entregar o que as autoridades necessitam.

Entretanto, não se sabe como partido conservador do Reino Unido planejava impor a conformidade por meio de sua Lei de Segurança Online, uma legislação abrangente com a intenção de tornar o Reino Unido “o lugar mais seguro do mundo para se estar online”

Além do que, há a preocupação sobre a vigilância política dos cidadãos (sempre um problema).

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